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Vídeo: Kim recebe caixões de soldados mortos na Rússia – 30/06/2025 – Mundo

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, celebrou o primeiro aniversário de seu pacto militar com a Rússia protagonizando uma rara admissão das perdas de seu país ao envolver-se na Guerra da Ucrânia.

Durante um evento de gala em Pyongyang com uma delegação liderada pela ministra russa da Cultura, Olga Liubimova, Kim aparece emocionado ao ver projetado num grande telão um vídeo no qual ele aparece colocando ajoelhado a bandeira norte-coreana sobre caixões numa base aérea.

Embora a mídia estatal não o tenha dito, a cena sugere a repatriação de corpos de soldados mortos na Europa: na sequência, surgem imagens de soldados coreanos e russos com bandeiras de seus respectivos países.

Kim, com olhos marejados e ensaiando choro, assistiu ao vídeo ao lado de Liubimova. Segundo a mídia local, o evento promoveu “os laços de amizade e a genuína obrigação internacionalista entre povos e exércitos de dois países que foi forjada ao custo de sangue”.

O público não sabe exatamente o quanto de sangue norte-coreano foi derramado. A estimativa usual dos serviços de inteligência da Coreia do Sul, rival existencial de Pyongyang, é de que cerca de 600 dos 14 mil soldados enviados morreram.

Outros dados, esses ucranianos, colocam o número de mortes em alguns milhares. Russos e norte-coreanos não citam números, e só recentemente Moscou admitiu ter recebido os reforços para combater a invasão de Kiev em Kursk, no sul do país. Agora, Kim diz que enviará 5.000 soldados para ajudar a reconstruir a região.

O pacto em sim foi firmado em 19 de junho do ano passado, para grande surpresa na comunidade internacional devido à sua cláusula de defesa mútua em caso de agressão. Assim, imediatamente Putin pôde dispor de forças de Kim.

Dando um verniz legalista ao apoio, as força oficialmente só lutaram em solo russo, embora haja relatos de ação nas áreas ocupadas por Putin no leste ucraniano. O tratado fala em defesa no caso de agressão, por isso o foco em Kursk, área que foi reconquistada pelos russos em abril, após oito meses de combates.

Além dos soldados, os norte-coreanos forneceram quantidades não conhecidas de artilharia para obuses de 152 mm, padrão de ambos os países que remete à Guerra Fria, quando a União Soviética apoiava Pyongyang, e foguetes balísticos de curto alcance.

O desempenho dos soldados coreanos, segundo os analistas militares russos, deixou bastante a desejar. Com armamentos obsoletos e táticas suicidas de ataques frontais, os soldados de Kim foram tachados de voluntariosos e algo amadores —contrastando com a projeção de uma força poderosa, que com 1,3 milhão de integrantes é a quarta maior do mundo.

Já Kim ganhou de Putin, além de uma limousine russa Aurus, auxílio com seu programa espacial, que lutava para colocar em órbita satélites militares. Além disso, especula-se que os russos possam auxiliar o desenvolvimento dos grandes mísseis intercontinentais norte-coreanos, capazes de levar ogivas nucleares aos Estados Unidos.

Do ponto de vista estratégico, o pacto entre os países eleva o risco de altercações entre Moscou e Washington diretamente na Península Coreana, em caso de invasão do Sul contra o Norte. Por fim, ficou algo escanteada no processo a China, que nos últimos anos era o esteio econômico e militar de Kim, ainda que seja aliada do Kremlin.

Fonte: Folha de São Paulo

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