Vai ser discutido na Câmara Municipal de Maceió um projeto de lei que visa impedir que o município contrate artistas que fazem apologia ao crime organizado ou uso de drogas. O PL, que foi protocolado pelo vereador Thiago Prado (PP) no dia 31 de janeiro, ganhou força em outras capitais e é conhecido como “lei anti-Oruam”.
O nome do Projeto de Lei faz alusão ao rapper carioca Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, de 23 anos, popularmente conhecido como Oruam. O artista é filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, preso desde 1996 e apontado como líder da organização criminosa Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro.
As músicas de Oruam fazem sucesso abordando temas como tráfico de drogas e crime organizado. Em janeiro deste ano, o rapper emplacou um hit que conquistou o primeiro lugar das músicas mais ouvidas do país.
O texto, que deve tramitar na Comissão de Constituição Justiça e Redação Final (CCJ) da Câmara Municipal de Maceió, proíbe a contratação, direta ou indireta, de shows, eventos e apresentações abertas ao público infantojuvenil que contenham expressões que glorifiquem o crime. A justificativa da proposta destaca a necessidade de evitar o uso de dinheiro público para financiar espetáculos que possam influenciar negativamente crianças e adolescentes.
O que é a Lei anti-Oruam
Um projeto similiar ao protocolado pelo vereador Thiago Prado foi apresentado pela vereadora da cidade de São Paulo, Amanda Vettorazzo, do União Brasil, em janeiro deste ano.
“Quero proibir o Oruam de fazer shows em São Paulo! Chega de cantores de funk e rap fazendo apologia explícita ao crime organizado. Facções são inimigas e devem ser tratadas como tal. Em São Paulo, não!”, destacou.
Oruam, que é da cidade do Rio de Janeiro, ganhou fama nacional em 2021. Em 2024, durante apresentação no Lollapalooza 2024, o cantor pediu a liberdade para o seu pai. Marcinho VP está preso na penitenciária de segurança máxima de Campo Grande (MS).
