Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21) aos 88 anos, foi o 266º homem a ocupar o mais alto cargo da Igreja Católica. O primeiro deles, São Pedro, foi papa de 30 a 67, há quase 2.000 anos.
A lista de ocupantes do trono é um tanto inconsistente. O Vaticano publica seu Anuário Pontifício e, no livro, existe a considerada mais correta. Ela é também fruto de um extenso estudo que a cidade-Estado promoveu sobre a história do papado.
Existem algumas controvérsias que tornam a lista não muito simples, desde a suposta inexistência de um papa João 20 —o que historiadores apontam como um provável erro de contagem— até a presença de antipapas —aqueles que se proclamam como líder católico em oposição a algum outro legitimamente eleito ou em períodos em que o cargo esteve desocupado.
Existe também uma hipótese de que uma mulher teria ocupado o posto, de 855 a 857. Segundo registros da época, ela teria se disfarçado de homem e, com isso, eleita como o papa João 8º —somente foi descoberta ao dar à luz um filho. O Vaticano nega a história e, segundo dados oficiais, o período foi liderado por Leão 4º até 855 e por Bento 3º até 858 —o papa João 8º oficialmente foi o que chefiou a Igreja de 872 a 882. Confira abaixo:
Nos quase 2.000 anos de Igreja, diversos pontífices repetiram os nomes pelos quais passaram a ser chamados após sua eleição. O mais comum é João, com 21 ocorrências —o último foi o papa João 23 e, nesse caso, a diferença existe por conta do erro na contagem e da existência do antipapa João 16. Além deste, estão entre os mais comuns Bento e Gregório, ambos com 16 vezes, Clemente, com 14, e Inocêncio e Leão, ambos com 13.
O papa Francisco, quando eleito em 2013, foi o primeiro a escolher tal nome. É por isso que sua nomenclatura oficial ainda não leva nenhum numeral —ele será Francisco 1º caso outro eleito faça a mesma escolha.
Somente a partir de 1389 a escolha do papa passou a ser feita pelo Colégio Cardinalício —composto pelos cardeais de todo o mundo e que votam entre si. Urbano 6º, eleito em 1378, foi o último pontífice eleito que não havia sido cardeal —ele era apenas arcebispo.
É comum que, após a morte dos líderes, a Igreja inicie o processo de canonização do antigo pontífice. Na prática, até hoje, 81 papas foram canonizados —viraram santos—, e outros dez foram beatificados. O último foi o papa santo foi João Paulo 2º, que agora é aclamado como São João Paulo 2º.
Na lista, ainda constam sete papas que comprovadamente foram assassinados durante seu pontificado, além de outros 15 que tiveram suas mortes relacionadas a envenenamentos ou assassinatos, mas sem comprovação oficial.