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Ucrânia pode usar míssil de qualquer alcance, diz Alemanha – 26/05/2025 – Mundo

O novo primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, disse nesta segunda (26) que os aliados ocidentais da Ucrânia não estão mais impondo limites ao emprego de armas de longo alcance contra o território russo.

A afirmação, feita em um fórum organizado pelo canal de TV WDR, foi duramente criticada em Moscou. Segundo o Kremlin, que no fim de semana promoveu os dois maiores ataques aéreos ao vizinho invadido em 2022, a medida é “perigosa” e vai na mão contrária da solução do conflito.

“Não há mais restrições no alcance das armas entregues para a Ucrânia, nem pelo Reino Unido, nem pela França ou nós. Não há também restrições pelos Estados Unidos“, disse o premiê.

“Isso significa que que a Ucrânia pode se defender, por exemplo, atacando posições militares na Rússia. Até recentemente, ela não podia fazer isso, à parte de algumas poucas exceções”, completou.

Na quarta (28), Merz receberá em Berlim o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e há a expectativa de que ele enfim faça um esperado anúncio de que a Alemanha fornecerá até 150 mísseis de cruzeiro de longo alcance Taurus para Kiev.

O antecessor do premiê, Olaf Scholz, sempre se recusou a entregar tais armas, temendo justamente uma escalada porque elas dariam capacidade para os ucranianos tentarem atingir até Moscou —caso fosse entregue a versão com maior alcance do Taurus, de 500 km, enquanto o modelo básico atinge alvos a 150 km.

A Alemanha é a segunda maior doadora de ajuda militar aos ucranianos, com um volume cinco vezes menor do que os líderes, os EUA.

A fala de Merz, de todo modo, vai algo contra o que o presidente americano, Donald Trump, vinha defendendo. O republicano, que até aqui vinha se alinhando às posições de Vladimir Putin na tentativa de negociar a paz, considerava “uma loucura” a autorização dada por seu antecessor, Joe Biden, para que Kiev empregasse armas em solo russo.

Mesmo essa permissão era limitada a regiões fronteiriças de onde Moscou pudesse lançar ataques ou concentrar tropa contra o vizinho. Em abril, Kiev empregou pela primeira vez um míssil de maior alcance, o ATACMS americano, contra posições mais distantes na Rússia, de toda forma.

Até aqui, além desses mísseis de artilharia, as principais armas de maior alcance fornecidas pelo Ocidente foram os mísseis de cruzeiro franco-britânicos Storm Shadow/Scalp-EG. Essas versões de exportação, enviadas em números desconhecidos mas limitados, têm alcance de 290 km.

Eles foram usados contra a Crimeia anexada e sobre alvos fronteiriços na Rússia. A França havia dito que estava estudando fornecer um modelo ainda mais capaz, com capacidade de atingir alvos a 560 km, mas nunca se soube se tal arma foi entregue.

Seja como for, caso Merz de fato fale por seus aliados, a autorização para o uso foi dada. Isso tem implicações para a defesa russa: até aqui, o grosso dos ataques ucranianos é com drones de longo alcance, que já chegaram a cidades até 2.000 km distantes da fronteira.

Mas essas armas são lentas, movidas a hélice, e mais fáceis de serem interceptadas do que mísseis. Merz enfatizou a ideia de ataque a bases militares, de todo modo, mas hoje os ucranianos miram tanto alvos desse tipo como refinarias e cidades.

Da semana passada para cá, foram cerca de 1.700 os drones abatidos pela Rússia, um recorde no conflito e o motivo alegado para os mega-ataques de domingo (25) e esta segunda (26) contra a Ucrânia. As forças de Zelenski insistem especialmente em alvejar Moscou, cientes do impacto psicológico de um event ual sucesso.

Até aqui, não tiveram, mas a hipótese de um míssil ocidental vir a ser empregado contra a capital russa levanta sobrancelhas dos dois lados das trincheiras. Nada disso mudaria a situação em solo no país invadido, mas poderia gerar uma escalada ainda maior.

Fonte: Folha de São Paulo

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