O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou o direito de Mike Pompeo, seu ex-secretário de Estado, e de Brian Hook, ex-enviado especial dos EUA para o Irã, à proteção governamental nesta quinta-feira (23).
Os dois eram funcionários do Departamento de Estado —o equivalente americano à pasta de Relações Exteriores— no primeiro mandato do republicano.
Pompeo e Hook estavam pessoalmente envolvidos no ataque de drone que matou o general iraniano Qassim Suleimani em janeiro de 2020 e, segundo a administração de Joe Biden, continuavam a sofrer ameaças do país do Golfo em razão de suas ações na época.
Sob anonimato, uma pessoa afirmou ao jornal The New York Times que os dois tiveram seus seguranças retirados na terça-feira (21).
Um dia antes, o mesmo tinha ocorrido com John R. Bolton, que também trabalhou com Trump no primeiro governo dele. O governo dos EUA afirma que ele foi alvo de um plano de assassinato elaborado por Shahram Poursafi, membro da Guarda Revolucionária do Irã, em 2022, numa tentativa de retaliação pelo assassinato de Suleimani.
Mas Bolton teve um desentendimento com o presidente antes de ser demitido, em 2019, e depois escreveu um livro revelador sobre a sua experiência no governo.
Já Pompeo e Hook à primeira vista tinham uma boa relação com Trump. Pessoas próximas do republicano disseram, no entanto, que ele não quer funcionários que trabalharam com Pompeo no passado.
Além disso, o presidente anunciou no próprio dia de sua posse a demissão de Hook, que supostamente estava liderando a troca de gestão no Departamento de Estado e tinha sido indicado pelo presidente para o Wilson Center for Scholars. “Você está demitido”, escreveu Trump ao falar sobre a demissão na sua rede social, Truth Social, ecoando o bordão que cunhou na época em que apresentava o reality “O Aprendiz”.
Trump confirmou a retirada dos seguranças ao ser questionado sobre a situação de Bolton por repórteres na terça. “Não vamos manter seguranças para as pessoas por toda a vida delas. Por que faríamos isso?”, disse.
O mero status de ex-presidente dos EUA já garante ao republicano algum tipo de proteção governamental pelo resto da vida. Ele também sofre ameaças devido ao assassinato de Suleimani.
A proteção a altos funcionários do alto escalão do governo dos EUA não é automática —as exceções são a ex-presidentes e seus respectivos cônjuges. Avaliações da comunidade de inteligência durante o governo Biden indicavam, porém, que o nível de ameaça era alto o suficiente para que Pompeo, Hook e Bolton tivessem proteção concedida.
