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Trump revisa verba, e Harvard pode perder US$ 9 bilhões – 31/03/2025 – Mundo

O governo de Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (31) que está revisando US$ 9 bilhões em contratos e subsídios federais concedidos à Universidade Harvard como parte de medidas contra o que considera antissemitismo nos campi universitários.

Os Departamentos de Educação, Saúde e Serviços Humanos e a Administração de Serviços Gerais dos Estados Unidos disseram em um comunicado que US$ 255,6 milhões em contratos entre Harvard, suas afiliadas e o governo federal estavam sendo revisados, juntamente com US$ 8,7 bilhões em compromissos de subsídios previstos para vários anos.

A revisão é a mais recente medida da gestão Trump para pressionar universidades americanas a mudarem suas políticas em uma série de questões que estão no centro das guerras culturais recentes no país.

Apoiadores dos esforços de Trump nesse sentido dizem que medidas do tipo são um controle há muito necessário do que chamam de extremismo de esquerda nas universidades americanas. Críticos afirmam que revisões de financiamento como a que se passa com Harvard são reação draconiana que sufoca a liberdade acadêmica e o direito à liberdade de expressão.

O Departamento de Educação enviou neste mês uma carta a 60 universidades, incluindo Harvard, alertando que poderia tomar medidas contra as instituições se elas não protegessem estudantes judeus em seus campi. O órgão federal disse que o que chamou de erupções antissemitas têm perturbado a vida em faculdades de elite em todo o país.

“O fracasso de Harvard em proteger os estudantes no campus da discriminação antissemita —enquanto promove ideologias polarizadoras em detrimento da livre expressão— colocou sua reputação em sério risco”, disse a secretária de Educação, Linda McMahon. “Harvard pode corrigir esses erros e se restabelecer como um campus dedicado à excelência acadêmica e à busca da verdade, onde todos os estudantes se sintam seguros.”

“Se esse financiamento for interrompido, ele paralisará pesquisas que salvam vidas e colocará em risco importantes pesquisas e inovações científicas”, disse Alan Garber, reitor de Harvard, em uma declaração por escrito.

Garber afirmou que o antissemitismo “está presente em nosso campus” e que ele mesmo já o vivenciou, mesmo sendo o reitor. Ele afirmou que Harvard tem implementado reformas para combater o antissemitismo nos últimos 15 meses, embora reconheça que a comunidade acadêmica ainda tem “muito trabalho a fazer”, e que a universidade trabalhará com a força-tarefa de antissemitismo do governo federal sobre o assunto.

Harvard e outras universidades de elite entraram na mira dos conservadores no final de 2023, quando as reitoras de Harvard, da Universidade da Pensilvânia e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts compareceram a um comitê do Congresso americano que investigava o aumento do antissemitismo nos campi.

A ex-reitora de Harvard, Claudine Gay, juntamente com outros líderes escolares, recusou-se a dar uma resposta definitiva de “sim” ou “não” quando perguntada se pedir o genocídio de judeus violaria os códigos de conduta de suas escolas em relação ao bullying e ao assédio, dizendo que tinham que equilibrar isso com as proteções à liberdade de expressão.

O foco em Harvard ocorre após o governo Trump cancelar neste mês US$ 400 milhões em financiamento federal para a Universidade Columbia, em Nova York. A instituição foi o epicentro dos protestos pró-Palestina que eclodiram nos campi universitários após o início da guerra Israel-Hamas.

Manifestantes, incluindo alguns grupos judeus, dizem que o governo confunde sua crítica ao ataque de Israel, país aliado dos EUA, à Faixa de Gaza com antissemitismo e apoio aos direitos dos palestinos com simpatia pelo grupo terrorista.

Columbia anunciou no início deste mês que fez algumas das mudanças exigidas pela gestão republicana para iniciar negociações para recuperar seu financiamento federal.

A reitora interina da universidade anunciou no fim de semana que estava renunciando após pedidos de estudantes e professores sobre o que caracterizaram como aquiescência da universidade às exigências federais.

Além de ir atrás do financiamento das instituições, o governo também age por meio de agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE, na sigla em inglês), detendo alguns estudantes estrangeiros que haviam participado de manifestações com o intuito de deportá-los.

No início deste mês, o governo também suspendeu US$ 175 milhões em financiamento para a Universidade da Pensilvânia devido a suas políticas para atletas trans.

Fonte: Folha de São Paulo

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