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HomeMundoTrump ignora história ao ameaçar Panamá, dizem diplomatas - 17/01/2025 - Painel

Trump ignora história ao ameaçar Panamá, dizem diplomatas – 17/01/2025 – Painel

Uma declaração assinada por quase 250 diplomatas, políticos e intelectuais latino-americanos critica o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, por ignorar a história e distorcer tratados assinados por seu próprio país ao ameaçar tomar o Canal do Panamá.

A carta foi elaborada pela chamada Mesa de Reflexão Latino-americana, grupo que reúne informalmente ex-chanceleres, embaixadores e acadêmicos da região. No texto de uma página, eles fazem uma defesa do diálogo, da cooperação e do respeito ao direito internacional entre os países.

“Passaram-se 25 anos e mais de 350 mil trânsitos pelo Canal sob administração panamenha. O Panamá manteve um canal seguro, eficiente e aberto a todas as nações do mundo com absoluta igualdade, sem qualquer discriminação ou reclamação por parte dos usuários”, argumenta o comunicado.

“As declarações do presidente eleito dos Estados Unidos ignoram essa realidade histórica e distorcem o que foi alcançado com os tratados que seu próprio país assinou e, até agora, respeitou”, continua.

Do Brasil, assinam, por exemplo, os ex-ministros das Relações Exteriores Celso Lafer (1992 e 2001-2002) e Aloysio Nunes (2017-2018); Maria Hermínia Tavares, professora emérita da USP e colunista da Folha; e Sergio Fausto, diretor da Fundação Fernando Henrique Cardoso.

“A convicção de todo mundo é que, diante de tudo que Trump está dizendo, é para levá-lo a sério e responder a sério”, diz Fausto, que foi responsável por reunir alguns nomes brasileiros e divulgar o documento no Brasil.

De outros países, figuram o uruguaio Enrique Iglesias, que foi presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) de 1988 a 2005; o chileno-americano Arturo Valenzuela, ex-diretor para as Américas do Conselho de Segurança da Casa Branca; e o peruano Allan Wagner, também ex-chanceler.

O grupo diz que “seria impensável e inaceitável que a ameaça e a coerção se tornassem novos instrumentos da política externa dos Estados Unidos em relação à América Latina e ao Caribe”, alertando para uma tentativa de reviver a chamada Doutrina Monroe, ocorrida no século 19.

Os signatários ainda chamam Trump de irresponsável ao, segundo eles, usar o Canal do Panamá em uma disputa geopolítica com a China. Também criticam argumentos nesse sentido por desconsiderar a soberania titular do Panamá sobre seu território.

O presidente do país caribenho, José Raúl Mulino, rejeitou a ideia de devolver o canal aos EUA, que o possuíam antes de entregar o controle ao Panamá em 1999, fruto de um acordo firmado nos anos 1970 sob o governo de Jimmy Carter.


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Fonte: Folha de São Paulo

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