O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em uma entrevista veiculada na última terça-feira (15) que planeja oferecer dinheiro a migrantes em situação irregular no país para que eles saiam voluntariamente.
O programa de autodeportação, como Trump se referiu à iniciativa, incluiria algum tipo de assistência financeira e a perspectiva de posteriormente entrar novamente nos EUA de forma legal, segundo o republicano.
“Vamos dar a eles algum dinheiro e uma passagem de avião, e então vamos trabalhar com eles. Se forem bons, se quisermos que voltem, vamos trabalhar com eles para fazê-los voltar o mais rápido possível”, disse o presidente americano à Fox News.
O republicano, que durante a sua campanha prometeu deportar um número recorde de migrantes, vem testando os limites da lei para aumentar as prisões e deportações desde que voltou à Casa Branca, em janeiro deste ano.
Esta não é a única iniciativa que incentiva os migrantes a colaborarem com sua própria expulsão. Em março, o governo lançou um aplicativo para imigrantes em situação irregular indicarem que querem deixar o país, em vez de enfrentarem uma possível detenção.
O aplicativo da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês), chamado CBP Home, oferecerá uma opção para que alguém sinalize sua “intenção de partir”, disse a agência.
O CBP Home substitui um aplicativo conhecido como CBP One, lançado sob o governo de Joe Biden. O aplicativo durante a gestão democrata incluía um recurso que permitia a cerca de um milhão de migrantes no México o agendamento de uma consulta para solicitar entrada em um ponto de passagem legal na fronteira. A ideia do programa era organizar os pedidos de entrada e reduzir as travessias ilegais.
Os republicanos criticaram o aplicativo de Biden, dizendo que ele facilitava a migração em massa e não avaliava adequadamente os migrantes. Trump encerrou o CBP One horas após assumir o cargo, deixando migrantes com consultas pendentes sem saber quais seriam os próximos passos.
O republicano ainda tentou ainda restringir o direito à cidadania americana para filhos de imigrantes em situação ilegal no país, mas, como diversos outros decretos assinados por ele no início do mandato, a medida está sendo judicializada por organizações da sociedade civil e estados americanos governados por democratas.