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Trump é oficializado candidato republicano à Presidência – 15/07/2024 – Mundo

Donald Trump foi nomeado oficialmente o candidato republicano à Presidência pela convenção do partido, que começou nesta segunda (15) em Milwaukee, Wisconsin. Ele deve aceitar a indicação em um discurso na quinta (18).

“É minha honra nomear Donald J. Trump para o cargo de presidente dos Estados Unidos“, disse Jeff Kaufmann, diretor do partido em Iowa, o primeiro estado a se manifestar nas primárias republicanas.

Ecoando os apelos de união feitos pelo empresário desde que foi vítima de uma tentativa de assassinato no último sábado, Kauffman disse que as críticas ao governo Joe Biden que serão feitas nos próximos dias não resultam de partidarismo, “mas de uma preocupação com o bem-estar e a segurança dos americanos”.

Republicanos estão aproveitando a atração gerada pela convenção para projetar uma imagem mais moderada de Trump e, assim, convencer eleitores independentes, ainda indecisos com seu voto e que têm restrições com o empresário em razão de sua imagem agressiva e polarizadora.

No discurso, Kaufmann repetiu os eixos temáticos da convenção e bandeiras da campanha de Trump: tornar os EUA ricos de novo, seguros de novo, fortes de novo e grandes de novo.

A convenção começou com um momento de silêncio em respeito às vítimas do ataque de sábado, seguida por uma oração comandada pelo arcebispo Elpidophoros, da Igreja Ortodoxa Grega.

O encontro vai até quinta (18). São esperadas cerca de 50 mil pessoas na cidade.

São 2.429 delegados no encontro, sendo que 2.265 são obrigados a votar em Trump por ele ter vencido as primárias em seus estados.

A outra grande notícia do dia é o anúncio de J.D. Vance como vice na chapa republicana. Ele deve fazer um discurso na quarta (17).

Programa de governo mira imigrantes

O programa de governo elaborado por Trump, que deve ser aprovado durante a convenção, baseia-se na ideia de uma erosão do país. O documento, de apenas 16 páginas, é permeado de frases inteiras em letras maiúsculas e muitas exclamações, no estilo do empresário.

“Nós somos uma Nação em GRAVE DECLÍNIO. Nosso futuro, nossa identidade e nosso próprio estilo de vida estão sob ameaça como nunca antes”, diz o texto, que tem como principal alvo imigrantes em situação irregular.

O controle da fronteira e a deportação em massa aparecem diversas vezes como soluções não só para coibir o fluxo, mas também para reduzir a inflação e a criminalidade –embora pesquisas mostrem que imigrantes contribuíram para segurar a alta de preços e têm uma taxa de encarceramento muito menor do que o restante dos americanos.

Para alcançar esses objetivos, o programa prevê o deslocamento de tropas americanas no exterior para a fronteira com o México, o término da construção do muro que separa os EUA do país, e a retomada das restrições à entrada nos EUA de cidadãos de países muçulmanos, chamados de “jihadistas” e “simpatizantes de jihadistas” no texto.

As 20 promessas incluem ainda construir um escudo de defesa antimísseis como o Domo de Ferro israelense sobre o território americano, retomar a exploração de petróleo em larga escala, acabar com regulamentações ambientais na indústria automobilística e mudar regras de votação, passando a exigir título de eleitor e eliminando o voto por correio.

São previstos também cortes de impostos, imposição de tarifas para importação, incentivos à indústria, revogação de regulamentações de criptomoedas e inteligência artificial, criação de alternativas de qualificação ao curso universitário (não detalhadas) e a eliminação do Departamento de Educação.

Há ainda a promessa de criação de uma força-tarefa nacional para investir na discriminação contra cristãos.

No entanto, há uma quebra importante com a agenda conservadora: a posição em relação ao aborto. Em vez de condenar o procedimento, como feito em programas anteriores do partido, o texto defende que estados tenham autonomia para regulamentá-lo, e diz se opor apenas a abortos quando a gestação está perto do fim (fenômeno praticamente inexistente).

“Trump manobrou isso porque ele percebe o quanto uma tentativa de impor uma proibição nacional ao aborto seria impopular”, diz o cientista político Gary Jacobson.


Perguntas e respostas sobre a convenção

Quando e onde acontece a convenção nacional republicana?

O encontro começa nesta segunda (15) e termina na quinta (18) em Milwaukee, a maior cidade de Wisconsin, estado localizado no norte dos EUA e em que a disputa está mais acirrada entre Trump e Biden.

Qual é a programação?

Na segunda, o tema é “torne a América rica de novo”, na terça, “segura de novo”, na quarta, “forte de novo” e, finalmente, na quinta, “torne a América ótima de novo”. O vice de Trump deve fazer um discurso na quarta, e o ex-presidente, na quinta.

Há ainda uma série de eventos paralelos, como sessão de autógrafo de livros, cafés da manhã, almoços e jantares para networking patrocinados por diferentes organizações, exibição de filmes, festas e até um tour pelo museu da Harley Davidson.

A agenda completa pode ser acessada aqui.

O que faz uma convenção?

O evento é largamente simbólico. Ele serve para oficializar a chapa do partido à Presidência, confirmando o vitorioso das primárias estaduais. Há também a votação de um programa de governo, apresentado pela campanha.

Mas a principal relevância da convenção é a exposição que ela dá tanto ao candidato do partido quanto a outros nomes em ascensão, que batalham por um espaço para discursar. O evento recebe ampla cobertura da imprensa e atrai a atenção de um eleitorado mais amplo.

Quem participa da convenção?

São 2.429 delegados, que representam todos os estados e territórios americanos, além de políticos, familiares de Trump e outros nomes ligados ao ex-presidente e ao partido. Somam-se ainda centenas de jornalistas do mundo todo. A cidade espera receber, no total, 50 mil pessoas.

Fonte: Folha de São Paulo

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