O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ficou impressionado com a sorte que teve durante o atentado de que foi vítima no último sábado (13), afirmou seu ex-médico da Casa Branca.
“Aquele gráfico que eu estava analisando salvou minha vida”, disse o republicano ao correligionário e deputado pelo Texas Ronny Jackson, horas após a tentativa de assassinato.
Trump se referia a uma tela com estatísticas de imigração posicionada à sua direita no comício em Butler, na Pensilvânia. Ele se virou para apontar para a imagem e descrever o que estava no gráfico quando os tiros foram disparados.
“Ele disse: ‘a patrulha de fronteira salvou minha vida'”, relatou Jackson em uma entrevista neste domingo (14). “‘Eu estava analisando aquele gráfico da patrulha de fronteira’, disse ele. ‘Se eu não tivesse apontado para aquele gráfico e virado minha cabeça para olhar para ele, a bala teria me atingido bem na cabeça’.”
Jackson, que escreveu na rede social X que seu sobrinho havia sido ferido no atentado, voou durante a noite do Texas para Nova Jersey para visitar o ex-paciente, que se recuperava em seu clube privado em Bedminster. Jackson relatou que Trump soava “determinado”. “Ele não estava nem um pouco perturbado”, afirmou.
Outros ao redor de Trump o descreveram de forma semelhante, dizendo que ele estava grato por estar seguro. O candidato disse a assessores que queria ir à Convenção Nacional Republicana esta semana em Milwaukee e não pretendia fazer mudanças em sua agenda.
No sábado, Trump viajou para o comício com um grupo reduzido de assessores. Segundo pessoas com conhecimento da situação, a equipe que estava com o republicano no hospital incluía Susie Wiles, sua principal assessora política; Dan Scavino, seu assessor de mídias sociais; Steven Cheung, seu diretor de comunicações; e Walt Nauta, que também é réu no caso de documentos sigilosos na Flórida.
Houve uma breve chamada entre o republicano e o presidente Joe Biden na noite de sábado, de acordo com a Casa Branca. Uma pessoa informada sobre a ligação a descreveu como cordial e respeitosa, embora não estivesse claro o que foi dito.
Eles conversaram em algum momento antes da chegada do avião de Trump a Newark, Nova Jersey, após a meia-noite.
No domingo, republicanos pensavam em possíveis mudanças no discursos da convenção, e resta saber o quanto a tentativa de assassinato será incorporada às apresentações em Milwaukee. Em um esforço por unidade no partido, espera-se agora que a ex-rival de Trump, Nikki Haley, fale na convenção —uma movimentação relatada anteriormente pela Fox News.
Em uma ligação para toda a equipe pouco depois das 14h de domingo, Wiles disse que o dia foi “devastador”, mas expressou gratidão pelo esquema de segurança e orações pelos apoiadores que foram feridos.
“Ele está realmente de bom humor —isso provavelmente não surpreenderia ninguém”, disse Wiles sobre Trump, de acordo com uma pessoa que estava na chamada. Ela acrescentou que ele estava “se preparando para ir à convenção em Milwaukee.”
Lara Trump, nora de Trump e copresidente do Comitê Nacional Republicano, agradeceu o apoio e acrescentou: “Isso não muda em absolutamente nada nossas tarefas e metas.”
A família do ex-presidente assistiu aos eventos se desenrolarem como grande parte dos EUA: de longe. Seus três filhos mais velhos, que estavam temerosos pela segurança de Trump diante de uma onda de ameaças no início de sua primeira campanha presidencial, em 2015, postaram mensagens nas redes sociais.
Donald Trump Jr. estava com seus filhos quando de repente começou a receber mensagens de que algo havia acontecido, de acordo com uma pessoa próxima à família. Em um comunicado algumas horas após o tiroteio, Trump Jr. disse que acabara de falar com seu pai por telefone e que ele estava de ótimo humor. “Ele nunca vai parar de lutar para salvar a América”, afirmou.
Eric Trump, filho do meio de Donald Trump, postou no X: “Este é o guerreiro de que a América precisa!” Ivanka Trump, sua filha mais velha, postou no Instagram que acreditava que sua falecida mãe, Ivana, estava cuidando de seu pai durante a tentativa de assassinato.
Melania Trump estava na região de Nova York quando o tiroteio aconteceu. Mais tarde, ela se juntou a seu marido em Bedminster, de acordo com pessoas com conhecimento da situação. “Quando vi aquela bala violenta atingir meu marido, Donald, percebi que minha vida e a vida de Barron [seu filho] estavam à beira de uma mudança devastadora”, disse ela em um comunicado no domingo.