spot_img
HomeMundoTrump corta acesso a dados sigilosos no Senado - 26/06/2025 - Mundo

Trump corta acesso a dados sigilosos no Senado – 26/06/2025 – Mundo

A Casa Branca pretende restringir o compartilhamento de informações confidenciais com o Congresso após vazamentos à imprensa de uma avaliação preliminar que enfraqueceu o discurso do presidente Donald Trump de que os bombardeios dos Estados Unidos destruíram as instalações nucleares do Irã.

A decisão deve adicionar tensão na reunião reservada com senadores marcada para esta quinta-feira (26).

Em meio ao embate político sobre o conteúdo da inteligência disponível, a Casa Branca deve enviar quatro de seus principais nomes da área de segurança nacional para informar os parlamentares: o secretário de Defesa, Pete Hegseth; o secretário de Estado, Marco Rubio; o diretor da CIA, John Ratcliffe; e o general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto, segundo autoridades do governo.

Tulsi Gabbard, diretora de Inteligência Nacional, não participará do encontro. Ela havia afirmado em março que as agências de inteligência dos EUA avaliavam que o Irã não estava desenvolvendo uma arma nuclear.

Ratcliffe vai representar a comunidade de inteligência, disse o alto funcionário do governo Trump, sob condição de anonimato para tratar de planos ainda não divulgados. Segundo ele, “a mídia está transformando isso em algo que não é”.

Trump classificou a avaliação de Gabbard sobre o programa nuclear iraniano como “errada” e a tem mantido à margem nas decisões sobre o papel dos EUA na guerra entre Irã e Israel, segundo atuais e ex-integrantes do governo e pessoas próximas à Casa Branca. Mesmo assim, integrantes do governo afirmam que ela continua realizando trabalhos importantes.

O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, pediu na quarta (25) que a Casa Branca “revogue imediatamente” a decisão de limitar o repasse de informações confidenciais.

“O governo não tem o direito de bloquear o Congresso em assuntos de segurança nacional”, afirmou Schumer no plenário. “Os senadores têm o direito à informação, e o Executivo tem a obrigação legal de informá-los precisamente sobre o que está acontecendo no exterior.”

O site Axios foi o primeiro a noticiar os planos da Casa Branca de limitar o compartilhamento de informações sigilosas.

Segundo avaliação inicial da inteligência americana, divulgada pela CNN, os bombardeios ordenados por Trump atrasaram o programa nuclear iraniano em alguns meses, mas não o eliminaram. Trump e a Casa Branca têm rebatido com veemência essa conclusão e insistem que os bombardeiros B-2 e os mísseis Tomahawk lançados de submarinos destruíram totalmente os alvos.

Ratcliffe divulgou um comunicado na quarta afirmando que os ataques “danificaram severamente” o programa nuclear —sinalizando uma postura ajustada da Casa Branca que pode ser apresentada aos senadores na reunião.

Oficiais militares apartidários, como o general Caine, têm sido mais cautelosos nas declarações, reconhecendo danos significativos, mas sem afirmar que as instalações foram aniquiladas. No domingo, Caine disse que a avaliação completa ainda levaria tempo, mas que análises preliminares indicavam “danos e destruição extremamente severos”.

O líder da maioria no Senado, John Thune, repetiu a avaliação de Ratcliffe na quarta. “Não há dúvida de que o programa nuclear do Irã foi severamente abalado”, disse ele ao programa The Hugh Hewitt Show.

Trump também afirmou, de forma incorreta, que os pilotos haviam voado “por 36 horas através de território inimigo” — confundindo a duração total da missão, que incluiu trechos sobre o Atlântico e o Mediterrâneo, com o tempo efetivo sobre o alvo — e criticou reportagens que repercutiram a avaliação inicial da inteligência.

Parlamentares democratas têm criticado duramente o governo por não ter informado o Congresso sobre os ataques ao Irã. Vários deles citaram a Resolução dos Poderes de Guerra, de 1973, que obriga o presidente a notificar o Congresso em até 48 horas após uma ação militar e a oferecer um relatório confidencial.

Trump enviou um memorando ao Congresso na segunda (23) afirmando que os ataques foram realizados com base em sua autoridade constitucional para “proteger cidadãos americanos no país e no exterior e em defesa da segurança nacional e dos interesses de política externa dos Estados Unidos”.

As reuniões confidenciais com o Senado e a Câmara estavam originalmente marcadas para terça (24), mas foram adiadas para quinta (Senado) e sexta (Câmara), segundo o alto funcionário do governo, devido às negociações por um cessar-fogo e a ajustes nas agendas de viagem. Hegseth e Rubio acompanharam Trump em compromissos em Haia na quarta.

Fonte: Folha de São Paulo

RELATED ARTICLES

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

- Advertisment -spot_img

Outras Notícias