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Tiros perto de centro de ajuda em Gaza deixam mortos – 02/06/2025 – Mundo

Um local de distribuição de alimentos da Fundação Humanitária de Gaza, controversa organização apoiada por Estados Unidos e Israel, foi novamente palco de disparos e mortes de palestinos nesta segunda-feira (2). O Hamas atribui a culpa a Tel Aviv, que novamente fala em “tiros de advertência”.

De acordo com autoridades de saúde locais, os disparos dos soldados mataram pelo menos três pessoas e feriram dezenas de outras. A organização privada, por sua vez, afirma que não houve incidentes no local ou nas proximidades.

Em um comunicado, o Exército israelense afirmou que tropas em Rafah, que está sob total controle do Estado judeu, no sul da Faixa de Gaza, dispararam tiros de advertência durante a noite para supostamente “impedir que vários suspeitos se aproximassem”. O incidente teria ocorrido a cerca de 1 km do local de distribuição de ajuda humanitária, segundo Tel Aviv.

Não foi possível verificar de forma independente o que ocorreu. De qualquer modo, o incidente ressalta a insegurança dos palestinos que tentam conseguir comida após serem submetidos a um bloqueio de quase três meses imposto por Israel, deixando Gaza em uma situação catastrófica, segundo organizações humanitárias.

Na véspera, por exemplo, autoridades palestinas e internacionais disseram que pelo menos 31 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas perto do mesmo local —um dos quatro operados pela entidade em Rafah. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, disse nesta segunda estar consternado com os relatos de palestinos mortos e pediu uma investigação independente.

O Exército israelense negou ter atirado contra pessoas que se reuniam para coletar ajuda no domingo (1º), e a fundação afirmou que a distribuição foi realizada sem incidentes.

Casos do tipo envolvendo a entidade era exatamente o que temiam organizações humanitárias que atuam no território —nem mesmo a ONU participa da entrega devido à recusa do órgão em cumprir princípios de neutralidade e imparcialidade.

Segundo autoridades israelenses, os quatro centros organizados pela fundação, quantidade vista como insuficiente para o tamanho da escassez no território, verificariam se as famílias atendidas têm envolvimento com o Hamas antes de distribuir a comida.

Nesta segunda, parentes de Hussam Wafi foram ao Hospital Nasser, em Khan Younis, para prestar suas últimas homenagens antes do enterro do homem de 37 anos, morto perto do local de ajuda no domingo. Ali, irmão de Wafi, disse que a vítima, pai de seis filhos, foi ao local motivado pela fome.

“O que nos dizem EUA e Israel? Vão buscar comida, água e ajuda. Quando a ajuda chega, eles nos atacam. Isso é justo?”, disse Wafi à agência de notícias Reuters. “Eles estavam indo pacificamente, mas foram mortos. Foram buscar comida e água para os filhos, uma lata de homus ou favas, uma caixa ou o que quer que estivesse disponível, e foram baleados, morreram”, completou Abu Youssef, vizinho de Wafi.

Um cessar-fogo, que poderia aumentar o fluxo de ajuda humanitária no território, parece estar distante. Na semana passada, Israel e Hamas fracassaram novamente na tentativa de alcançar uma trégua e libertar reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos.

Israel afirma aceitar uma trégua temporária para libertar os sequestrados, mas condiciona o fim da guerra à expulsão do grupo terrorista de Gaza.

Enquanto isso, Israel expande suas operações terrestres na Faixa de Gaza, devastada pelos bombardeios de Tel Aviv. O Estado judeu diz ter matado homens armados e desmantelado infraestruturas militares acima e abaixo da terra.

Já o Ministério da Saúde de Gaza afirmou que ataques israelenses no território mataram 51 pessoas e feriram outras 500 nas últimas 24 horas. Pelo menos 16 dessas pessoas teriam sido mortas em uma casa em Jabalia, no norte de Gaza, na manhã desta segunda.

Fonte: Folha de São Paulo

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