Taiwan testou pela primeira vez, nesta segunda-feira (12), um novo sistema de foguetes fornecido pelos Estados Unidos. O armamento tem sido amplamente utilizado pela Ucrânia na guerra contra a Rússia e poderia ser empregado em um eventual conflito da ilha contra a China.
Washington é o mais importante fornecedor de armas do território, apesar da ausência de laços diplomáticos formais entre os dois. A parceria se mostra cada vez mais conveniente à medida que a pressão militar contra Taiwan, que Pequim reivindica, aumenta.
A ilha comprou 29 Himars (Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade, na sigla em inglês), um lançador de alta precisão da empresa Lockheed Martin. O primeiro lote, de 11 sistemas, foi recebido no ano passado, e o restante está previsto para chegar até o próximo ano.
Com um alcance de cerca de 300 quilômetros, eles poderiam atingir por exemplo alvos na costa da província chinesa de Fujian, do outro lado do estreito de Taiwan. Para os testes, porém, a equipe militar da ilha, treinada pelos EUA, disparou os foguetes do centro de Jiupeng, em uma área remota da costa do Pacífico.
O militar Ho Hsiang-yih disse a jornalistas que funcionários da fabricante americana estavam no local para resolver quaisquer problemas. “Acredito que este disparo de foguetes mostra ao nosso povo a determinação dos militares em proteger a segurança do país e salvaguardar nossa bela pátria”, afirmou.
Taiwan é um território com governo autônomo, regime democrático, moeda e Exército, mas que conta com pouca legitimação diplomática —apenas 12 países, entre eles Guatemala, Paraguai e Vaticano, reconhecem oficialmente a nação. Pequim, no entanto, considera a China continental e Taiwan parte de uma só China —questão considerada uma linha vermelha para o país comunista.
O Himars, um dos principais sistemas de ataque da Ucrânia, já foi usado diversas vezes durante a guerra com a Rússia. Ele está no arsenal militar de outros países também —em março, a Austrália disse que havia recebido os dois primeiros de 42 lançadores.
O teste ocorreu um dia depois de Taiwan ter dito que havia detectado outra “patrulha conjunta de prontidão para combate” do Exército chinês perto da ilha, envolvendo aviões e navios de guerra. O governo democraticamente eleito de Taiwan rejeita as reivindicações de soberania da China, afirmando que apenas o povo da ilha pode decidir seu futuro.
