O senador Miguel Uribe, 39, que foi baleado no sábado (7) à noite em Bogotá, resistiu a sua primeira cirurgia. A informação foi confirmada pelo prefeito da cidade, Carlos Fernando Galán.
Ele acrescentou que o político de direita entrou nas “horas críticas” de recuperação.
Uribe, que é pré-candidato à Presidência da Colômbia nas eleições previstas para maio de 2026, estava fazendo um discurso diante de várias pessoas quando foi atingido. Vídeos do momento do ataque foram compartilhadas nas redes sociais.
O atirador teria sido um jovem de 15 anos, que foi detido.
Os paramédicos que atenderam Uribe declararam à imprensa que ele foi atingido por três tiros, dois deles na cabeça e outro em um joelho. O senador então foi levado à clínica Fundação Santa Fé, onde foi submetido a um “procedimento neurocirúrgico” e “vascular periférico”.
Em um áudio compartilhado com a imprensa, a mulher do senador, Maria Claudia Tarazona, afirmou que ele “saiu bem da cirurgia”. “Travou a primeira batalha e se saiu bem, está lutando por sua vida”, disse.
A polícia afirma que o autor do ataque disparou contra Uribe por volta das 17h30 do horário local (20h30 de Brasília) do sábado durante um evento organizado em bairro popular da zona oeste de Bogotá. Vídeos compartilhados mostram Uribe discursando durante do ataque.
O suspeito foi capturado por membros da equipe de segurança de Uribe e está ferido em uma perna. Outras duas pessoas que estavam no evento sofreram “lesões”.
As motivações do atentado não foram determinadas até o momento.
Em outubro do ano passado, Uribe anunciou a pré-candidatura à presidência em 2026, no pleito que definirá o sucessor de Gustavo Petro, de quem é um forte crítico. A campanha presidencial ainda não começou, mas vários políticos já iniciaram seus comícios.
‘Pelas costas’
O presidente de esquerda Gustavo Petro declarou em um discurso na noite de sábado que é um “dia de dor” para a Colômbia e prometeu investigações profundas para encontrar os autores materiais do crime.
“O que mais importa hoje é que todos os colombianos devem concentrar a energia de nossos corações, com nossa vontade de viver (…) para que o doutor Miguel Uribe continue vivo.”
Dezenas de pessoas se reuniram do lado de fora da clínica.
Um dos seguranças de Uribe contou à AFP que o político estava em um palanque quando começaram os tiros. A equipe tentou transportar o pré-candidato em um automóvel, mas uma ambulância que passava pelo local o atendeu. Ele estava com as roupas e os sapatos manchados de sangue.
Uribe pertence ao Centro Democrático, o principal movimento de direita do país. O partido afirmou em um comunicado que atiraram no senador “pelas costas”.
Personalidades da direita colombiana, como o ex-presidente Andrés Pastrana (1998-2002), culparam Petro por supostamente “semear o ódio” e “incitar a violência” contra a oposição.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, atribuiu o ataque à “retórica violenta da esquerda” e pediu a Petro para “moderar seu discurso incendiário”.
Sem mencionar nomes, Petro afirmou que tais declarações são “oportunistas”.
O escritório da ONU na Colômbia condenou “firmemente” o atentado: “Confiamos que as autoridades esclarecerão e sancionarão o ocorrido”.
Um político tradicional
Os governos de Equador, Chile, México e a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, repudiaram o ataque.
Miguel Uribe é membro de uma família de longa tradição política. Seu avô Julio César Turbay foi presidente da Colômbia entre 1978 e 1982.
Sua mãe, Diana Turbay, foi uma jornalista renomada que o falecido chefe do narcotráfico Pablo Escobar sequestrou e que morreu durante uma operação militar de resgate em 1991.
Uribe é senador desde 2022. Antes, ele foi secretário de Governo de Bogotá e vereador da cidade. Também foi candidato à prefeitura, mas foi derrotado em 2019.