Números da prefeitura indicam que a cidade de São Paulo registrou 374 ataques a ônibus em um mês, considerando o período de 12 de junho a 12 de julho, em uma média de ao menos 37 casos por dia.
Com os 47 casos deste domingo (13), a cidade chegou a 421 registros feitos pela SPTrans, empresa da prefeitura que gerencia o transporte público paulistano. Cidades da Grande São Paulo e da Baixada Santista também têm registrado ataques aos coletivos. A SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo não informou números para o estado, mas afirmou que houve quatro casos de ataques registrados em delegacias no último fim de semana.
A pasta afirma que já prendeu cinco pessoas por envolvimento nos ataques e que há suspeita de articulação dos crimes na internet. “As investigações seguem com o apoio da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER), que monitora plataformas digitais.”
Entre os presos, um homem foi detido em 6 de julho por agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil sob suspeita de lançar uma pedra em 27 de junho contra um ônibus na avenida Washington Luiz, ferindo uma passageira. Outro foi detido em Guaianases, na última quinta-feira (10). Mais dois foram detidos em flagrante por depredações em Pirituba e Santo Amaro, e um adolescente foi apreendido e liberado.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta segunda-feira (14) que a investigação está demorando. “Está demorando, reconheço. Até faço aqui uma crítica à Polícia Civil. Porque quando temos que elogiar, temos que elogiar. Mas quando temos que criticar, temos que criticar, está demorando”, afirmou em entrevista à Globonews. “Mas a certeza que temos é de que a Polícia Civil vai chegar à conclusão de identificar quem são as pessoas e à punição.”
Ele também disse que os suspeitos serão indiciados por tentativa de homicídio. Procurada, a SSP não confirmou a informação, nem disse quais as principais linhas de investigação da onda de ataques.
Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que os 191 casos na capital relatados às delegacias entre 21 de maio e 5 de julho se concentraram em uma empresa que opera na zona sul, a Mobibrasil Transporte. Na distribuição por delegacias seccionais (que agrupam os distritos), é a 6ª, na zona sul, que agrupou mais ocorrências no período, com 66 casos de ataque a ônibus. Em seguida está a 3ª seccional, da zona oeste, com 65 casos.
Segundo a SSP, a Polícia Militar deflagrou a “Operação Impacto Proteção a Coletivos”, com 7.800 policiais e 3.600 viaturas em todo o território paulista, com o objetivo de reforçar a segurança de passageiros e trabalhadores do transporte público.