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Rússia anuncia controle total de região anexada na Ucrânia – 01/07/2025 – Mundo

A Rússia anunciou o controle total da região de Lugansk, no leste da Ucrânia, 1 das 4 áreas anexadas ilegalmente por Vladimir Putin em 30 de setembro de 2022. A província, ao lado da vizinha Donetsk, está no centro da disputa que levou à invasão russa iniciada em fevereiro daquele ano.

“Há apenas dois dias, um relatório foi divulgado dizendo que o que o território da República Popular de Lugansk foi completamente liberado, 100%”, disse ao estatal Canal Um na noite de segunda (30) Leonid Pasetchnik, o governador indicado pelo Kremlin da região, usando a nomenclatura oficial russa para a região.

Kiev ainda não comentou, mas monitores russos e ucranianos davam a queda como iminente, e um analista em Moscou disse à reportagem que ela ocorreu mesmo. Há meses a Rússia já controlava mais de 90% do território, que equivale a 4,2% do território reconhecido da Ucrânia —incluindo aí a Crimeia, anexada por Putin há distantes 11 anos.

Hoje, segundo o site de monitoramento ucraniano DeepState, referência no tema, 19% do país está sob ocupação russa, contando também os 7,3% da península crimeia.

O efeito é simbólico, dado que as outras três províncias anexadas pelo Kremlin não estão sob controle total russo. Sua entrega é uma das exigências colocadas por escrito pela Rússia para assinar a paz na guerra, algo que a Ucrânia não aceitou —a proposta de Kiev é primeiro cessar fogo e, depois, negociar as inevitáveis perdas territoriais.

Putin controla pouco mais de 60% de Donetsk, que com Lugansk forma o Donbass, a região do leste historicamente russófona onde o presidente fomentou uma guerra civil após a secessão da Crimeia em 2014 —ambas respostas à derrubada do governo pró-Moscou em Kiev.

Em Zaporíjia e Kherson, que ao sul formam a ponte terrestre entre a Rússia e a Crimeia, o controle é de pouco mais de 75%, mas lá a tomada total é dificultada pela barreira natural do rio Dniepr.

Lugansk foi completamente controlada em 2022, mas uma contraofensiva em setembro daquele ano expulsou os russos da vizinha Kharkiv (norte) e de parte do território.

O impasse nas negociações tem irritado o governo de Donald Trump, que apostou todas as fichas em forçar as conversas. O fez comprando a versão russa da origem do conflito, o risco percebido de a Otan englobar a Ucrânia e colocar forças ocidentais numa área que Putin considera sob sua influência.

O republicano abriu negociações diretas com o russo e suspendeu o apoio incondicional a maciço a Kiev, pingando restos a pagar já contratados e reduzindo o fluxo de ajuda militar.

Os rivais se encontraram em duas rodadas de conversas, mas elas travaram, com a intensificação da guerra aérea —o maior ataque russo em mais de três anos e quatro meses de guerra ocorreu no domingo (29).

Na segunda, o enviado de Trump para o lado ucraniano da guerra, Keith Kellogg, disse que a Rússia estava atrasando deliberadamente as negociações para tomar mais território. Nesta terça (1), o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, rechaçou a acusação.

Na prática, é o que vai ocorrendo. Além das áreas reivindicadas, Putin está avançando em setores que não estão em sua lista de desejos oficial. Em Sumi (norte), sua ofensiva teve o ritmo diminuído, enquanto em Kharkiv há vários pontos fronteiriços reocupados.

Mas o avanço mais notável nas últimas semanas ocorreu em Dnipropetrovsk, área que não havia sido invadida na guerra até aqui. Na segunda, Moscou tomou a primeira vila na região, que é a mais rica em minerais estratégicos da Ucrânia.

Oficialmente, Putin está buscando formar um bolsão nas fronteiras em torno dos territórios que ocupa, mas analistas suspeitam que isso seja apenas a ponta de lança para ataques futuros ou para posição de força em negociações de fato.

Do lado de Kiev, o silêncio acerca das perdas em campo foi suplantado pela celebração pelo que pareceu um ataque bem-sucedido com drones de longa distância contra Ijevsk, a 1.300 km de suas fronteiras.

Ao menos três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, segundo o governo local, na ação contra uma fábrica de aviões-robôs kamizake da cidade. Houve também feridos em um ataque com artilharia da Ucrânia contra Donetsk ocupada.

Fonte: Folha de São Paulo

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