Reféns há 15 meses na Faixa de Gaza começaram a ser liberados, tal qual previa o cessar-fogo acordado entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que entrou em efeito na manhã deste domingo (19) no horário local.
De acordo com o jornal saudita Al Arabiya, o Hamas entregou três reféns israelenses à Cruz Vermelha, que agora vai transferi-las.
Os primeiros nomes que tinham a previsão de retornarem eram Romi Gonen, Doron Steinbrecher e Emily Damar. Em troca de cada uma, 30 palestinos mantidos em prisões israelenses devem ser soltos.
Pelos termos do acordo, o Hamas informará ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) um ponto de encontro dentro de Gaza e a organização irá até o local para encontrar os reféns, informou a agência de notícias Reuters.
Helicópteros das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) já estavam de prontidão para buscar os reféns e levá-los para hospitais onde devem fazer um check-up inicial. Familiares enviaram itens pessoais dos reféns nas aeronaves.
A trégua estava prevista para começar às 8h30 no horário local (3h30 em Brasília), mas a demora na divulgação dos nomes das reféns a serem libertadas pelo Hamas atrasou o início para às 11h15 (6h15 de Brasília).
Durante a primeira fase do acordo, com previsão de durar seis semanas, o Hamas concordou em libertar 33 reféns israelenses, incluindo todas as mulheres, crianças e homens acima de 50 anos. Israel diz que ainda há 98 reféns sendo mantidos em Gaza. Desse total, 94 foram sequestrados no 7 de Outubro e 4 estão na faixa desde 2014.
Em contrapartida, o governo de Israel pode libertar até 1.904 palestinos detidos em suas prisões, sendo que 737 deles foram acusados ou condenados por ameaças à segurança nacional israelense. O número total em qualquer uma das fases vai depender do ritmo de devolução dos reféns —nesta primeira etapa, cada sequestrado será trocado por, em média, 19 prisioneiros.
O entendimento, mediado por Egito, Qatar e Estados Unidos, suspende uma guerra iniciada após um mega-ataque do grupo terrorista contra Israel em outubro de 2023 matar cerca de 1.200 pessoas —outras 250 foram sequestradas e levadas para Gaza.
A ofensiva militar de Israel, por sua vez, resultou na morte de quase 47 mil pessoas em Gaza segundo autoridades ligadas ao Hamas, além de ter forçado o deslocamento da maioria da população do território palestino.
As horas antes do início do cessar-fogo foram marcadas por tensão. O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que o acordo só passaria a valer com a divulgação dos nomes das reféns liberadas, enquanto o Hamas admitiu atraso na liberação da lista por “razões técnicas”.