Não dá para esconder a realidade: os festejos juninos, tradição do Nordeste que reverencia Santo Antônio, São João e São Pedro de 13 a 29 de junho, já não são mais os mesmos.
As antigas quadrilhas juninas estão cada vez mais descaracterizadas – mais parecem escolas de samba -, as fogueiras praticamente desapareceram e os autênticos trios de forró pé de serra passaram, de uns anos para cá, a compartilhar os palcos com músicos que difundem ritmos totalmente alheios aos nossos costumes.
É um mal que contamina toda a região. Tudo para atender aos interesses políticos e financeiros de gestores públicos e intermediários igualmente egoístas. Por outro lado, é inegável o efeito que tais festejos produzem na economia regional.
A chamada cadeia produtiva do forró contempla desde meios de hospedagem a cachês que vão de menores valores dos músicos locais até altas cifras das bandas maiores. Passando, naturalmente, por restaurantes, bares, montadores de equipamentos e proprietários de veículos de transporte, dentre outros prestadores de serviço.
Há de se considerar também a receita de tributos arrecadados nessa época. Basta dizer, como exemplo, que dados do trade turístico estimam que nos três últimos anos os festejos em Maceió movimentaram cerca de R$ 800 milhões nos últimos três anos. É a compensação – espécie de indenização – pelo dano causado à cultura nordestina.
Não há mal que não traga um bem…