Mohammad Sinwar, o elusivo chefe militar do Hamas na Faixa de Gaza que o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira (28) ter sido eliminado, estava há muito tempo no topo da lista dos mais procurados por Tel Aviv.
O grupo terrorista ainda não se manifestou sobre o anúncio da morte de Mohammad, que é irmão de Yahya Sinwar, líder do Hamas morto em outubro de 2024.
Seu sucessor deve ser Izz al-Din al-Haddad, membro do conselho militar do grupo terrorista e comandante da brigada do norte de Gaza desde 2023.
Israel descreve Haddad como o sucessor de Mohammed Deif, anteriormente líder militar da facção no território palestino conflagrado, também morto por Israel.
De acordo com o Instituto para Estudos da Guerra (ISW, na sigla em inglês), Haddad é o comandante militar mais experiente na porção norte de Gaza e teria lutado em todos os grandes conflitos recentes contra Israel. Ele também foi o responsável pela logística das operações militares do Hamas no sul da Faixa em 2021.
Não está claro como a morte de Mohammad Sinwar afetaria de fato a tomada de decisões no grupo como um todo. Não se sabe se sua morte fortaleceria ou diminuiria a influência dos integrantes exilados do conselho de liderança da facção nas negociações de cessar-fogo.
Autoridades do Hamas descrevem Sinwar e Haddad como fantasmas que há muito tempo enganam as agências de inteligência de Israel.
Como seu irmão Yahya, Mohammad sobreviveu a muitas tentativas de assassinato israelenses, incluindo ataques aéreos e explosivos plantados, segundo fontes do Hamas afirmam à agência Reuters.
Quando Sinwar certa vez visitou um cemitério, companheiros da facção descobriram que um explosivo controlado remotamente, semelhante a um tijolo, havia sido plantado ao longo do caminho até lá, ainda de acordo com as fontes do Hamas. Em 2003, membros do Hamas descobriram uma bomba plantada na parede da casa de Mohammad, frustrando uma tentativa de assassinato que o grupo atribuiu à inteligência israelense.
Conhecido por operações clandestinas, Mohammad Sinwar desempenhou um papel central no planejamento e execução do ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 a Israel, o pior fracasso de segurança do Estado judeu. Haddad também teria tido papel relevante nos atentados.
Mohammad era amplamente considerado um dos mentores do ataque transfronteiriço e do sequestro do soldado israelense Gilad Shalit, em 2006. O Hamas manteve Shalit por cinco anos como refém antes que ele fosse trocado por mais de mil palestinos presos por Israel —sob o acordo, seu irmão Yahya, foi um dos libertados.
