O presidente russo, Vladimir Putin, não participará da cúpula do Brics no Brasil, em 6 e 7 de julho, devido a um mandado de prisão emitido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmou nesta quarta-feira (25) o assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov. A ausência de Putin por este motivo já era dada como certa pelo governo brasileiro.
O TPI emitiu o mandado em 2023, pouco mais de um ano após a Rússia lançar sua guerra em larga escala contra a Ucrânia, acusando Putin de crime de guerra por deportar centenas de crianças ucranianas.
Moscou nega as acusações de crimes de guerra. A Rússia, que não é signatária do tratado fundador do TPI, considera o mandado nulo e sem efeito. Ainda assim, isso significa que Putin precisaria pesar o risco de ser preso ao viajar para países signatários do tratado.
Em 2023, ele já havia decidido não viajar para um desses países, a África do Sul, para uma cúpula do Brics. No entanto, no ano passado, foi recebido com tapete vermelho na Mongólia, apesar de o país asiático também ser membro do TPI.
Ushakov afirmou que Putin participará por videoconferência do encontro no Rio.
“Isso se deve a certas dificuldades, no contexto das exigências do TPI. Nesse contexto, o governo brasileiro não pôde assumir uma posição clara que permitisse a participação do nosso presidente nessa reunião”, declarou Ushakov.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, viajará ao Brasil para representar o país na cúpula. O líder da China, Xi Jinping, também deve faltar ao encontro. Com isso, dentre os países de maior peso do bloco, apenas o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, estará presente.