No dia 24 de fevereiro de 2022, a Rússia atacou a Ucrânia, dando início a uma guerra que dura mais de três anos
Entenda o que levou a Rússia a invadir seu vizinho, com quem divide uma origem comum, religião e até a língua
Para entender o conflito, é preciso relembrar que, durante o século 20, ambos os países faziam parte da União Soviética. A Rússia era a mais importante das 15 repúblicas que faziam parte da superpotência
A Ucrânia era a segunda maior república do bloco. É lá, por exemplo, que está situada a usina nuclear de Tchernóbil. Além disso, o segundo líder mais longevo da URSS, Leonid Brejnev, era ucraniano
A Ucrânia também é uma barreira geográfica que separa a Rússia dos países membros da Otan. Quando a URSS terminou, os russos buscaram manter a amizade e, principalmente, a influência sobre os ucranianos
Em 2014, Petro Porochenko foi eleito presidente da Ucrânia e seu governo buscou se afastar dos russos e se alinhar mais aos países da União Europeia e da Otan. Ele também promoveu a língua ucraniana em detrimento do idioma russo
Como forma de retaliação, Vladimir Putin invadiu e anexou a Crimeia, península estratégica e com grande quantidade de falantes de russo, que pertencia à Ucrânia
Ainda em 2014, duas regiões da Ucrânia com maioria étnica russa, Donetsk e Lugansk, começaram uma guerra separatista que causou mais de 14 mil mortes. Isso impediu uma maior aproximação do governo ucraniano dos EUA e da União Europeia
Esse clima nada agradável seguiu na região. Em 2021, já sob o regime de Volodimir Zelenski, a Ucrânia ainda buscava adesão na Otan e na União Europeia. O que fez com que as forças russas começassem a agir
Em novembro de 2021, Putin deslocou seu Exército para a fronteira com a Ucrânia e avisou que poderia tomar ações militares se a Otan não recuasse e se não vetasse formalmente a adesão da Ucrânia
Putin ainda reconheceu a independência de Donetsk e Lugansk, o que piorou a situação e fez com que EUA e União Europeia anunciassem uma série de sanções a autoridades e empresas russas
O Kremlin então anunciou que faria uma “operação militar especial” nas regiões separatistas e que iria “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia. A prioridade de Putin é evitar a entrada da Ucrânia na Otan e na União Europeia
A Rússia chegou a acusar Kiev de ligações com grupos neonazistas —há elementos das Forças Armadas, como o Batalhão de Azov, acusados de usar símbolos como a suástica e saudações nazistas
A invasão militar russa no país vizinho, então, desencadeou o início da guerra, que já é o maior conflito bélico em solo europeu desde o fim da Segunda Guerra Mundial
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