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Polícia apreende namorada de adolescente suspeito de matar os pais e o irmão no Rio

A namorada do adolescente suspeito de matar os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no Norte do Rio de Janeiro, foi apreendida, nesta segunda-feira, em Mato Grosso do Sul. De acordo com o delegado Carlos Augusto da Silva, titular da 143ª DP e responsável pela investigação, a garota, de 15 anos, responderá pelos mesmos crimes: triplo homicídio e ocultação de cadáver. A participação dela no crime ainda não foi detalhada pela polícia.

O relacionamento entre os adolescentes seria virtual. A relação seria desaprovada pela família, que não teria permitido que o o garoto viajasse para encontrar a jovem.

— Durante a perícia, encontramos uma bolsa de viagem já pronta para viajar. Nela, estavam os celulares das vítimas. O adolescente não deu muitos detalhes sobre a namorada, mas falou que eles se conheceram nesses jogos online. Ao que tudo indica, ele teria ficado descontente com a proibição dos pais sobre a viagem para o Mato Grosso — disse o delegado Carlos Augusto pouco depois da apreensão do adolescente de 14 anos.

Registro por desaparecimento

O caso chegou à polícia no último dia 24, quando a avó paterna do adolescente foi com ele até a delegacia para registrar o desaparecimento da família. Aos agentes, ela contou que tentava contato desde sábado, mas ninguém atendia.

Na ocasião, o garoto disse à polícia que o irmão tinha se engasgado com um caco de vidro, e que os pais teriam saído de casa às pressas para socorrê-lo. Eles, segundo a versão do adolescente, pegaram um carro de aplicativo e não mais voltaram para casa. A partir dessas informações, uma equipe da 143ª DP percorreu os hospitais da cidade, mas não encontrou qualquer registro em nome da família.

Com isso, o delegado solicitou perícia na casa, que aconteceu na manhã desta quarta. No imóvel, os policiais encontraram manchas de sangue no colchão do casal, além de roupas ensanguentadas e com focos de queimado. Um forte odor de putrefação levou os agentes até uma cisterna no exterior da propriedade, onde localizaram os corpos.

— A quantidade de sangue era incompatível com o acidente doméstico que ele narrou para a gente. Depois que localizamos o corpo, ele confessou o crime. Disse ter dado um tiro na cabeça do pai e da mãe; no irmão, foi no pescoço. Perguntamos porque ele matou o menino, e ele disse que foi para poupá-lo da perda dos pais — contou o delegado.

Arma estava embaixo do colchão dos pais

À polícia, o adolescente contou que estava dormindo no quarto dos pais porque era o único cômodo com ar-condicionado. Para se manter acordado, ele tomou um pré-treino e esperou a família adormecer para cometer o crime. A arma, que pertencia ao pai, estava escondida embaixo do colchão do casal.

Após matar a família, o garoto contou que passou um produto de limpeza no chão até a cisterna, o que o ajudou a arrastar os corpos.

A arma usada pelo adolescente foi apreendida na casa da avó. Ela contou a polícia que encontrou o objeto na casa do neto e a recolheu com medo de que ele pudesse se machucar. Os agentes acreditam que ela não participou e nem sabia do crime.

— Ele foi muito espontâneo ao contar como cometeu os crimes. É um menino frio, sem remorso. Perguntamos se ele se arrependia, e ele disse que não, que faria tudo de novo. As respostas que ele nos deu foram rápidas e o tempo todo ele se autoafirmava como homem. Tinha um “que” de psicopatia. Ele pode ter premeditado tudo ou é um menino muito inteligente — afirmou o delegado.

‘Frio, sem remorso’

Carlos Augusto descreveu o garoto como “frio, sem remorso” e com comportamento calculista. Psicólogos ouvidos pelo GLOBO ressaltaram que adolescentes sob forte pressão emocional podem passar a enxergar os pais como obstáculos, mas que só uma análise clínica pode confirmar a presença de transtornos graves.

Publicações nas redes sociais mostram que a família costumava fazer declarações públicas de afeto ao menino, demonstrando uma boa convivência familiar. Em aniversários, o pai se referia ao filho como “pura ternura” e “irmão cuidadoso”. O contraste entre essa imagem e a violência do crime causou comoção em Itaperuna. A Justiça determinou a internação provisória do adolescente em unidade socioeducativa.

Fonte: TNH1

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