A jovem curda Mahsa Amini, que morreu aos 22 anos sob custódia da polícia do Irã, venceu o Sakharov de 2023, prêmio em defesa dos direitos humanos dado pelo Parlamento Europeu. “Apoiamos com orgulho os corajosos e desafiadores que continuam a lutar pela igualdade, dignidade e liberdade no Irã”, disse Roberta Metsola, presidente do órgão legislativo, em nota divulgada nesta quinta-feira (19).
A morte de Amini, em setembro do ano passado, foi estopim para uma das maiores ondas de protestos no Irã nas últimas décadas. Os atos desafiaram o regime presidido por Ebrahim Raisi e liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, que respondeu com repressão.
Ela morreu três dias depois de ser presa em Teerã por supostamente não usar o hijab, o véu islâmico, da forma correta. Enquanto agentes da polícia moral, responsável por aplicar os códigos de conduta religiosos do regime, dizem que ela sofreu um ataque cardíaco após a detenção, sua família alega que ela foi agredida.
Este é o segundo grande prêmio que vai para uma iraniana em menos de um mês. No começo de outubro, o Prêmio Nobel da Paz de 2023 foi para a ativista iraniana dos direitos humanos Narges Mohammadi, 51, presa em Teerã sob a acusação de “espalhar propaganda contra o Estado”.