O tradicional festejo de São João em Nordestina, no interior da Bahia, ganhou contornos inesperados neste ano de 2025. O evento, que costuma ser marcado por celebrações religiosas, apresentações musicais e manifestações culturais, foi palco de uma polêmica envolvendo o padre e cantor Fábio de Melo e a banda católica Ministério Sinal da Cruz.
A controvérsia surgiu após o grupo afirmar que foi impedido de se apresentar no palco principal da festa, onde Fábio de Melo faria seu show algumas horas depois.
Segundo relato publicado nas redes sociais da banda, a apresentação estava marcada para as 18h da última quinta-feira (26), como parte da programação religiosa em homenagem a São João Batista, padroeiro da cidade. No entanto, o grupo afirma que não conseguiu montar seus equipamentos de som devido à “irredutibilidade da equipe de um artista de grande renome presente no evento”.
Embora o nome de Fábio de Melo não tenha sido citado diretamente, ele era a única outra atração confirmada pela prefeitura para aquela noite, com show previsto para as 20h.
A situação gerou frustração entre os integrantes do Ministério Sinal da Cruz, que expressaram sua decepção em nota oficial. Eles destacaram que havia grande expectativa por parte dos fiéis para o momento de louvor e adoração, e lamentaram não terem conseguido realizar a apresentação conforme o planejado. Como alternativa, a banda participou da Santa Missa, que originalmente também ocorreria no palco principal, mas foi transferida para uma área coberta na parte inferior do espaço do evento.
Mesmo diante das limitações, o grupo optou por manter sua missão espiritual: “Entregamos a Deus o nosso louvor, mesmo em meio às limitações”, escreveram em sua publicação. A atitude foi vista por muitos como um gesto de humildade e perseverança diante de uma situação adversa.
Enquanto isso, o padre Fábio de Melo seguiu com sua apresentação normalmente. Em suas redes sociais, ele compartilhou vídeos animados do show, agradecendo ao público e celebrando a energia da festa. No entanto, até o momento, o religioso não se pronunciou sobre a acusação feita pela banda.
A prefeitura de Nordestina, por sua vez, também não comentou diretamente o ocorrido. Em suas redes sociais, limitou-se a divulgar imagens do show do padre e da celebração religiosa, sem mencionar o cancelamento da apresentação do Ministério Sinal da Cruz.
A repercussão do caso nas redes sociais foi imediata. Internautas se dividiram entre os que criticaram a suposta atitude da equipe de Fábio de Melo e os que defenderam que poderia ter havido um mal-entendido logístico. Alguns apontaram que eventos com múltiplas atrações frequentemente enfrentam desafios técnicos e de cronograma, enquanto outros destacaram que, sendo ambos artistas católicos, deveria haver mais união e diálogo.
Fábio de Melo já se envolveu em outras situações controversas
Essa não é a primeira vez que o nome de Fábio de Melo aparece em meio a debates públicos: conhecido por sua atuação nas redes sociais e por sua postura franca, o padre já se envolveu em outras situações controversas, o que contribui para o interesse midiático em torno de sua figura.
Independentemente da veracidade das alegações, o episódio levanta questões importantes sobre a organização de eventos religiosos e a convivência entre diferentes expressões de fé dentro da própria Igreja. A expectativa agora é que haja um esclarecimento por parte de Fábio de Melo e Ministério Sinal da Cruz, especialmente para que situações semelhantes possam ser evitadas no futuro.
Enquanto isso, a banda Ministério Sinal da Cruz segue com sua agenda de apresentações e evangelização, reforçando sua missão de levar a palavra de Deus por meio da música. Já os fiéis de Nordestina, apesar do contratempo, puderam vivenciar momentos de fé e devoção durante a festa do padroeiro — ainda que com um gosto agridoce.
