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Órgão em Gaza usa redes para anunciar ajuda humanitária – 28/06/2025 – Mundo

Distribuir mantimentos e itens de ajuda humanitária na Faixa de Gaza é uma iniciativa complexa em um território devastado após mais de um ano e meio de guerra. São cerca de 2 milhões de pessoas na faixa e prover insumos essenciais para toda a população depende, em primeiro lugar, de uma logística operacional robusta.

A Fundação Humanitária de Gaza (FHG), que começou a operar no fim de maio, com aval do governo de Israel e apoio dos Estados Unidos, divulgou as primeiras distribuições em publicações numa página do Facebook. Nada além disso foi feito para comunicar a população, segundo relata à Folha o ativista palestino Abed Al-Wahab Hamad, que vive na Cidade de Gaza.

O jovem de 29 anos afirma que a fundação não conversa com as pessoas. “Eles começaram a usar as redes sociais, particularmente o Facebook, para compartilhar postagens sobre quando, como e onde serão feitas as distribuições“, diz.

De todo modo, a população precisa ter acesso a plataformas de redes sociais e de condições para carregar os dispositivos eletrônicos. Israel já bloqueou o fornecimento de energia à Faixa de Gaza repetidas vezes.

Segundo Hamad, a maioria da população não tem acesso real à eletricidade estável desde o início da guerra, em outubro de 2023. “Como não há eletricidade, as pessoas geralmente carregam seus telefones com energia solar. Todos os bairros têm painéis solares para que a população possa carregar seus aparelhos ou estações de recarga no qual os dispositivos podem ser recarregados”, afirma.

Os sistemas são comunitários, em maioria, devido à destruição causada pelos ataques israelenses. Segundo dados da organização humanitária Shelter Cluster, 92% das casas e apartamentos de toda a Faixa de Gaza foram destruídos (37%) ou danificados (63%) e, além disso, 70% de todas as estruturas construídas do território estão na mesma situação, segundo o Centro de Satélites da ONU.

A dificuldade de comunicação prejudica, inclusive, as equipes de trabalhadores humanitários que atuam para resgatar mortos e feridos após ataques. Sem sinal estável de telefonia e com interrupções constantes no acesso à energia dos sistemas improvisados, os times trabalham muitas vezes sem conseguir se comunicar com as pessoas próximas às áreas atingidas, afirma Hamad.

As interrupções, além de resultado secundário dos ataques aéreos, podem ser também produto de incursões direcionadas. Em 12 de junho, a Autoridade Palestina acusou Israel de atacar propositalmente as estruturas de telecomunicações do território, algo que, segundo o ministério ligado à representação, “ameaça cortar completamente a Faixa de Gaza do mundo exterior“.

Israel rotineiramente justifica os ataques ao afirmar que miram instalações do Hamas, não de civis. Ao ser perguntado sobre como (e se) é feito contato entre o grupo Hamas e a população, Hamad diz: “É melhor eu não falar sobre isso. Para a minha própria segurança”.

Fonte: Folha de São Paulo

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