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OMS apresenta preocupação para epidemias em Gaza – 24/07/2024 – Equilíbrio e Saúde

A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou-se, na última terça-feira (23), que está “muito preocupada” com possíveis epidemias na Faixa de Gaza, especialmente depois de ter sido encontrado o poliovírus tipo 2, de origem vacinal, em amostras de águas residuais.

“Estou extremamente preocupado e não se trata apenas da poliomielite. Poderão surgir outras epidemias de doenças transmissíveis”, disse Ayadil Saparbekov, líder da equipe da OMS para emergências de saúde nos territórios palestinos, em uma videoconferência.

“A hepatite A foi confirmada no ano passado e agora podemos ter poliomielite. Além disso, já existem até 14 mil pessoas que poderiam necessitar de evacuação médica para fora de Gaza”, sublinhou durante uma conferência de imprensa regular de agências humanitárias.

A poliomielite é uma doença altamente contagiosa causada pelo poliovírus, que invade o sistema nervoso e pode causar paralisia irreversível em poucas horas.

No dia 16 de julho, a Rede Global de Laboratórios de Poliomielite isolou o poliovírus tipo 2 derivado de uma cepa vacinal em seis amostras de vigilância ambiental.

A análise, realizada pelo CDC (Centro de Prevenção e Controle de Doenças) de Atlanta, mostra que existem “estreitas ligações genéticas entre eles” e que também estão relacionados ao poliovírus tipo 2 derivado de uma cepa vacinal que circulou no Egito em 2023, disse a entidade de saúde.

“Ainda não colhemos amostras humanas, por falta de equipamento para o fazer e de capacidade laboratorial para analisar essas amostras”, explica Saparbekov.

Uma equipa da OMS e do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que se deslocará na próxima quinta-feira (25) à Gaza, transportará até 50 kits para recolha de amostras humanas que serão depois enviadas para a Jordânia.

Em paralelo, a OMS e os seus parceiros avaliam a magnitude da propagação do poliovírus.

Saparbekov espera que as recomendações possam ser publicadas no próximo domingo (28) , mas “dadas as atuais limitações na higiene da água e no saneamento em Gaza, será muito difícil para a população lavar as mãos e beber água potável”.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada em 7 de outubro por um ataque sem precedentes de comandos do Hamas infiltrados no sul de Israel, que deixou 1.197 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva aérea e terrestre em grande escala em Gaza, causando mais de 39 mil mortes, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo de Gaza liderado pelo Hamas.

Fonte: Folha de São Paulo

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