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Nível da Laguna Mundaú não sofreu alteração após colapso da mina 18, diz pesquisador

Um gráfico feito pelo Sistema de Informações de Recursos Hídricos de Alagoas (SIRH), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, mostra que o nível da Laguna Mundaú não sofreu alteração após o colapso da mina 18 da Braskem, no Mutange, em Maceió, no último dia 10. As informações foram repassadas com exclusividade pelo professor Carlos Ruberto Fragoso Jr., pesquisador do Centro de Tecnologia (Ctec) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que disponibilizou os dados à reportagem do TNH1, nesta quarta-feira (13). 

O gráfico (veja abaixo), que contém a média diária (em centímetros) do nível da Laguna Mundaú nos últimos 30 dias, mostra que a laguna vem apresentando um aumento no seu nível desde o último dia 06 de novembro, quatro dias antes do colapso. Os dados, captados em uma estação localizada no município de Coqueiro Seco, entre os dias 13 de novembro a 13 de dezembro, ainda mostram que o nível da laguna continuou a subir mesmo após o colapso da mina 18 da Braskem.

Gráfico (em cm) do nível da Laguna Mundaú nos últimos 30 dias. Reprodução/SIRH

Outro gráfico disponibilizado no Sistema de Informações de Recursos Hídricos de Alagoas (SIRH), feito a partir de dados colhidos no último dia 12, também mostra que não houve alteração do nível da laguna em um intervalo de 24 horas. Os dados, medidos a cada 15 minutos, apresentaram uma variação considerada dentro da normalidade para o atual ciclo de maré. 

Gráfico detalhado (em cm) do nível da Laguna Mundaú no último dia 12 de dezembro. Reprodução/SIRH

Em entrevista ao TNH1, o professor Carlos Ruberto Fragoso Jr, que é doutor em Recursos Hídricos, explicou que o movimento de aumento e diminuição do nível da Laguna Mundaú não foi alterado após o colapso da mina 18. 

“Esse é um movimento natural da lagoa, que na verdade é uma laguna, pois tem conexão com o oceano. No caso da Laguna Mundaú, o nível dela varia de acordo com a maré. O aumento ou diminuição da maré é influenciado pelo ciclo lunar, em intervalos de 7 dias. Entre os dias 28 de novembro até o dia 05 de dezembro, cinco dias antes do colapso, houve uma diminuição de mais de 20 cm na média diária do nível da laguna. Posteriormente, a partir do dia 06 de dezembro, houve um aumento gradativo (de mais de 20 cm) até o último dia de medição, que foi feito nesta quarta-feira (13). Mesmo após o colapso da mina 18, esse aumento continuou. Isso mostra que, mesmo após a cavidade da mina ter sido preenchida pela água, o nível da laguna não deixou de aumentar”, disse o engenheiro civil. 

Carlos Ruberto Fragoso Jr é doutor em Recursos Hídricos e professor do Centro de Tecnologia da UFAL. Foto: Arquivo Pessoal.

O professor também descartou uma possível diminuição do nível da Laguna após o colapso da mina 18. 

“Mesmo após a cavidade da mina 18 ter sido preenchida por um grande volume d’água, o nível da Laguna Mundaú foi recomposto de forma imediata. Essa recomposição durou poucos minutos. Isso aconteceu justamente pela conexão da Laguna com o mar. Se fosse uma lagoa, se não houvesse essa conexão, não teríamos essa recomposição imediata, e provavelmente o nível dela diminuiria”, completou Carlos Ruberto. 

Fonte: TNH1

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