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Netanyahu pede a Exército plano para invasão de Rafah e retirada de civis – 09/02/2024 – Mundo

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou nesta sexta (9) que o Exército de Israel precisa conduzir operações na cidade superlotada de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, com o objetivo de derrotar o Hamas. O premiê pediu aos militares que elaborem um plano de retirada dos civis da cidade, onde há mais de 1 milhão de palestinos.

Seu gabinete anunciou a medida em um momento em que tem aumentado a pressão sobre Israel ante a ameaça de um ataque terrestre em Rafah, o último refúgio de centenas de milhares de palestinos que estão presos na cidade após terem sido forçados a se deslocar de outras áreas do território.

“É impossível alcançar o objetivo da guerra sem eliminar o Hamas e deixar quatro batalhões do Hamas em Rafah. Pelo contrário, está claro que a intensa atividade em Rafah requer que os civis deixem as áreas de combate”, disse o comunicado do gabinete de Netanyahu.

“Portanto, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu ordenou às Forças de Defesa de Israel e aos órgãos de segurança que apresentem ao gabinete um plano combinado para retirar a população e destruir os batalhões.”

Não está claro, no entanto, para onde os civis em Rafah poderiam ir. Muitos fugiram de cidades e vilas mais ao norte do território palestino devastadas pela guerra. Nesses lugares, os combates continuam e os suprimentos básicos estão criticamente escassos —e Israel não permite o retorno de quem deixou essas áreas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (8) que a resposta de Israel aos ataques de 7 de outubro por terroristas do Hamas foi “exagerada”, e Washington afirmou que não apoiaria qualquer operação militar lançada em Rafah sem a devida consideração pelos civis

Grupos de ajuda humanitária dizem que haveria um alto número de mortes palestinas se as forças israelenses invadissem Rafah e alertam para a crescente crise humanitária na cidade, na fronteira com o Egito.

O comunicado do premiê israelense foi emitido dois dias depois de Netanyahu rejeitar uma proposta de cessar-fogo do Hamas que previa a libertação de reféns mantidos pelo grupo terrorista.

O gabinete do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou nesta sexta que um plano anunciado por Netanyahu para uma escalada militar em Rafah tem como objetivo expulsar os palestinos de suas terras.

O gabinete do chefe da Autoridade Palestina, que exerce um governo parcial na Cisjordânia, disse que responsabiliza tanto o governo israelense quanto o governo dos EUA pelas repercussões do plano.

A Autoridade Palestina pediu ao Conselho de Segurança da ONU que fique atento aos movimentos de Israel. “[Tel Aviv] tomar essa medida ameaça a segurança e a paz na região e no mundo. Isso ultrapassa todas as linhas vermelhas”, disse, em comunicado.

Rafah se tornou o foco da campanha militar de Israel em Gaza à medida que Tel Aviv desloca sua ofensiva para o sul em resposta ao ataque de 7 de outubro em de Israel por integrantes do Hamas, que governa a faixa costeira.

Mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza agora estão abrigados em Rafah, muitos deles encurralados contra a cerca de fronteira com o Egito e vivendo em tendas improvisadas.

“Há um sentimento de crescente ansiedade e pânico em Rafah, porque basicamente as pessoas não têm ideia para onde ir”, disse Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA, a agência de refugiados palestinos da ONU —o órgão foi acusado por Israel de ter funcionários trabalhando pelo Hamas.

“Estamos extremamente preocupados com o destino dos civis em Rafah”, disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, na sexta-feira.

“O que está claro é que as pessoas precisam ser protegidas, mas também não queremos ver nenhum deslocamento em massa forçado de pessoas, o que, por definição, vai contra a vontade delas”, disse Dujarric. “Não apoiaríamos de forma alguma o deslocamento forçado, que vai contra o direito internacional.”

Médicos e trabalhadores humanitários em Rafah tentam fornecer ajuda básica e impedir a propagação de doenças. “Nenhuma guerra pode ser permitida em um gigantesco campo de refugiados”, disse Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês de Refugiados, alertando para um “banho de sangue” se as operações israelenses se expandirem até o local.

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, intensificaram nesta semana os esforços para garantir um cessar-fogo e criticaram publicamente o governo de Netanyahu.

“Eu sou da opinião, como você sabe, de que a conduta da resposta na Faixa de Gaza foi exagerada”, disse Biden a repórteres na Casa Branca na quinta-feira. Biden afirmou que estava pressionando por um acordo para interromper os combates e, assim, permitir a libertação de reféns, além de aumentar a quantidade de ajuda humanitária que chega aos civis palestinos e normalizar as relações entre Israel e a Arábia Saudita.

Fonte: Folha de São Paulo

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