O pequeno Pierre Victor Pereira Silva, de 10 anos, que morreu após ser feito refém pelo próprio pai, o major da reserva Pedro Silva, em uma residência em Maceió, foi sepultado sob forte comoção no cemitério São Gonçalo, em Palmeira dos Índios, na manhã desta terça-feira (10). Familiares, amigos e vizinhos prestaram a última homenagem para a criança. Ela morava e estudava na cidade do Agreste alagoano.
A cerimônia, realizada dois dias e meio depois de o menino ser assassinado, foi marcada por choro e lembranças. Devido ao grande número de pessoas presentes, uma tenda foi montada na frente do imóvel onde o velório aconteceu, que é o mesmo local onde Pierre Victor foi criado e morava com a família. Veja vídeo abaixo:
A criança também foi homenageada com a faixa colocada em uma rua durante o cortejo, com a frase: “Nosso pequeno anjo! Seu sorriso estará presente em nossos corações”. Bexigas brancas também foram agitadas enquanto o corpo do menino era levado ao cemitério.
Visivelmente abalada, a mãe da criança, que também foi feita refém pelo major Pedro, ex-companheiro dela, ficou boa parte da cerimônia com o filho mais novo nos braços.
Pierre Victor morreu depois do major Pedro Silva escapar da Academia da Polícia Militar e fazer cinco pessoas da família reféns dentro de um imóvel na Rua Manaus, no bairro Prado. Além da criança, o sargento da reserva, Altamir Moura Galvão de Lima, de 61 anos, também foi assassinado. O major morreu depois em confronto com militares do Bope.
Comissão de delegados
Além da investigação interna da PM, o governador Paulo Dantas determinou a criação de uma comissão especial para investigar a fuga do major Pedro Silva da Academia da Polícia Militar.
“Mandei imediatamente o comandante -geral da Polícia Militar, coronel Paulo Amorim, e três delegados da Polícia Civil, apurar o fato e qual a falha dele ter foragido”, garantiu o governador.
Histórico de violência doméstica
O sobrinho da vítima, Arrison Galvão, fez um relato de como era o comportamento do tio. Ele contesta a versão dada inicialmente pela polícia que Pedro estava em surto psicótico no momento em que sequestrou a família e reforçou o histórico de violência praticada pelo parente.
Major gravou vídeos dentro da Academia da PM, mesmo estando preso
Dias antes de fugir da Academia, o major da PM chegou a gravar dois vídeos no final do mês de maio negando as acusações de violência doméstica contra a ex-mulher.