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Médico francês que abusou pacientes é condenado a 20 anos – 28/05/2025 – Mundo

Um tribunal francês considerou um ex-cirurgião culpado por abusar sexualmente de centenas de pacientes, muitos deles crianças, em um julgamento que abalou a França. Joël Le Scouarnec, 74, foi condenado a 20 anos de prisão nesta quarta-feira (28).

O abuso de Le Scouarnec contra pacientes é considerado o maior caso de pedofilia da história da França a ir a julgamento. Ele foi acusado de estupro agravado ou agressão sexual contra 299 vítimas.

Le Scouarnec havia dito ao tribunal que cometeu “atos desprezíveis” durante um período de 25 anos enquanto trabalhava como médico no oeste da França.

A juíza Aude Buresi disse que Le Scouarnec havia atacado vítimas quando elas estavam em seu momento mais vulnerável, inclusive sob anestesia. “Seus atos foram um ponto cego no mundo médico, a ponto de seus colegas, as autoridades médicas, serem incapazes de interromper suas ações”, declarou a magistrada diante do réu.

O tribunal ordenou que Le Scouarnec fosse incluído no registro de agressores sexuais. A juíza também o proibiu de exercer a medicina ou ter contato com menores.

Durante o julgamento em Vannes, na região da Bretanha, o cirurgião aposentado disse ao tribunal que estava ciente de que o dano que havia causado era irreparável.

“Eu devo a todas essas pessoas e seus entes queridos admitir minhas ações e suas consequências, que eles sofreram e continuarão tendo que suportar por toda a vida”, afirmou.

A juíza disse que entendia que muitas vítimas esperavam que Le Scouarnec nunca saísse da prisão, mas que a lei não permitia que ela impusesse uma sentença perpétua.

Le Scouarnec já estava cumprindo pena de prisão por sentenças anteriores de estupro. Em 2020, ele havia sido condenado a 15 anos de prisão pelo estupro e agressão sexual de uma criança vizinha, bem como de suas duas sobrinhas e uma paciente de 4 anos.

Vítimas e familiares questionaram publicamente por que as autoridades de saúde locais e nacionais não conseguiram deter o médico. Em 2005, ele havia sido condenado por armazenar imagens de abuso sexual infantil e havia recebido uma sentença, mas conseguiu continuar trabalhando em hospitais públicos.

Dezenas de vítimas e ativistas de direitos se reuniram do lado de fora do tribunal antes do veredito, segurando uma faixa feita de centenas de pedaços de papel branco com silhuetas pretas, uma para cada vítima. Alguns dos papéis tinham um primeiro nome e idade, enquanto outros se referiam à vítima como “Anônimo”.

A extensão do abuso de Le Scouarnec foi revelada após ele ser preso em 2017 sob suspeita de estuprar sua vizinha de 6 anos.

A polícia descobriu diários eletrônicos que pareciam detalhar mais de duas décadas de estupros e agressões sexuais a jovens pacientes em hospitais, além de um esconderijo com bonecas sexuais, perucas e pornografia infantil.

O promotor da Bretanha, cujo escritório liderou a investigação sobre Le Scouarnec, abriu uma investigação separada para verificar se houve alguma responsabilidade criminal por parte de agências ou indivíduos que poderiam ter evitado o abuso.

Fonte: Folha de São Paulo

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