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Israel invade agência da ONU na cidade de Gaza – 10/07/2024 – Mundo

Israel ordenou o esvaziamento da Cidade de Gaza nesta quarta-feira (10) e invadiu a sede da UNRWA, em uma nova ofensiva contra a agência da ONU responsável por alimentar e prover educação a centenas de milhares de pessoas no território palestino.

De acordo com testemunhas, atiradores ocuparam os telhados dos prédios que ainda estão em pé na região, e militares posicionaram tanques dentro da sede. Em comunicado, o Exército disse, sem apresentar provas, que combatentes de grupos armados atuavam dentro das instalações da agência.

Em janeiro, autoridades israelenses acusaram 190 funcionários do órgão de envolvimento direto ou indireto nos atentados terroristas do Hamas em 7 de outubro. Três meses depois, uma investigação independente liderada por uma ex-chanceler da França afirmou que Tel Aviv tampouco havia apresentado provas.

Agora, o Exército renova as acusações ao dizer que, após abrir um corredor para civis saírem do prédio, soldados mataram e prenderam homens armados no local —os militares ainda teriam encontrado armas guardadas na sede da agência. Os grupos Hamas e Jihad Islâmico divulgaram apenas que combatentes lutaram contra forças israelenses na área, sem mencionar a sede da UNRWA.

Outras regiões da Cidade de Gaza, a mais populosa do território antes da guerra, também foram alvo de Tel Aviv nesta quarta. Segundo moradores, soldados fizeram buscas em diferentes casas, e tanques bombardearam áreas residenciais.

O Crescente Vermelho palestino, braço da Cruz Vermelha na região, disse ter recebido dezenas de chamadas de moradores presos em suas casas, mas afirmou que suas equipes não conseguiram alcançá-los devido à intensidade dos bombardeios. “Os residentes estão vivendo condições trágicas”, disse a organização.

Moradores receberam panfletos que indicavam “rotas seguras” até o centro do território palestino e outras instruções para saírem da cidade. A região central de Gaza, no entanto, também era alvo de bombardeios nesta quarta, segundo relatos.

No campo de refugiados Al-Nuseirat, médicos disseram que seis palestinos, incluindo crianças, foram mortos em um ataque aéreo que destruiu uma casa, enquanto outro bombardeio matou duas pessoas e feriu várias outras em Khan Yunis, no sul.

As ofensivas desta quarta ocorreram horas após outro ataque atingir, na terça-feira (9), tendas de famílias deslocadas que se abrigavam do lado de fora de uma escola na cidade de Abassan, no sul de Gaza, e matar pelo menos 29 pessoas, a maioria mulheres e crianças, segundo autoridades médicas palestinas.

A Alemanha criticou o ataque. “É inaceitável matar pessoas que buscam refúgio em escolas. Civis, especialmente crianças, não devem ficar presos no fogo cruzado”, escreveu o Ministério das Relações Exteriores alemão na rede social X nesta quarta. “Os repetidos ataques do Exército israelense contra escolas devem parar, e uma investigação deve ser iniciada rapidamente.”

Israel afirma que está revisando relatos de civis feridos e que o incidente ocorreu quando o Exército atingiu com “munição precisa” um combatente do Hamas que teria participado do ataque de outubro. Tel Aviv reconheceu, no entanto, que bombardeou outras três escolas desde o último sábado (6).

Segundo o Hamas, mais de 60 palestinos foram mortos na terça em todo o território, o que ameaça os esforços para estabelecer um cessar-fogo na guerra que já dura nove meses —as negociações devem ser retomadas em Doha, no Qatar, nesta quarta.

O Ministério de Defesa de Israel disse que ainda há desafios para alcançar uma trégua. A declaração foi feita em comunicado sobre o encontro de terça entre o chefe da pasta, Yoav Gallant, e o enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Brett McGurk.

“Os dois discutiram a importância de aproveitar a oportunidade criada para alcançar um acordo para o retorno de reféns mantidos pelo Hamas em Gaza”, disse o ministério. “Eles discutiram os desafios que permanecem para alcançar tal acordo, bem como possíveis soluções para abordá-los.”

Os EUA anunciaram nesta quarta que vão voltar a enviar a Israel bombas que haviam sido retidas por receio de que fossem usadas contra civis. O governo Joe Biden, porém, manteve o veto aos explosivos de 900 quilos —ele autorizou o envio dos artefatos de até 200 quilos.

Em junho, o premiê Binyamin Netanyahu criticou abertamente os EUA por supostamente suspender o envio de munições para Israel, ao que Washington respondeu que estava “profundamente desapontado” com o primeiro-ministro.

No Knesset, como é chamado o Parlamento israelense, Yoav Gallant disse, também nesta quarta, que 60% dos integrantes do Hamas foram mortos ou feridos desde outubro. Ele afirmou ainda que Tel Aviv desmantelou a maioria dos 24 batalhões do grupo terrorista.

Segundo o último balanço do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, 38.295 pessoas morreram no território, e há mais de 88 mil feridos.

Fonte: Folha de São Paulo

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