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Israel ataca prédio do Hezbollah em Beirute – 27/04/2025 – Mundo

O Exército de Israel afirmou neste domingo (27) ter atacado um prédio em Beirute, capital do Líbano. O local era usado para armazenar mísseis de precisão do Hezbollah, segundo informações das próprias forças israelenses. O ataque foi mais um teste ao frágil cessar-fogo entre Tel Aviv e o grupo islâmico xiita apoiado pelo Irã.

Imagens da agência Reuters mostram uma enorme coluna de fumaça subindo do edifício atingido, quase uma hora após o Exército israelense ordenar a retirada dos moradores do bairro de Hadath.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse em comunicado que os mísseis de precisão do Hezbollah “representavam uma ameaça significativa ao Estado de Israel”. O grupo xiita não comentou.

O último ataque aumenta a pressão sobre o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos que encerrou o devastador conflito do ano passado entre Israel e o Hezbollah, em meio ao conflito de Tel Aviv com o Hamas na Faixa de Gaza.

“O atentado de hoje gerou pânico e medo de violência renovada entre aqueles desesperados por um retorno à normalidade”, disse Jeanine Hennis-Plasschaert, coordenadora especial da ONU para o Líbano, na rede social X.

“Incentivamos todas as partes a interromperem quaisquer ações que possam minar ainda mais o entendimento de cessação das hostilidades e a implementação da Resolução 1.701 do Conselho de Segurança”, acrescentou, referindo-se à resolução das Nações Unidas que encerrou a guerra de um mês entre Israel e o Hezbollah em 2006.

O presidente libanês, Joseph Aoun, pediu aos EUA e à França, como garantidores do acordo de cessar-fogo firmado em novembro, que obriguem Israel a parar seus ataques.

“As ações contínuas de Israel em minar a estabilidade agravarão as tensões e colocarão a região em risco real, ameaçando sua segurança e estabilidade”, disse ele em comunicado.

No início deste mês, um ataque aéreo israelense matou quatro pessoas, incluindo um oficial do Hezbollah, nos subúrbios do sul de Beirute —o segundo a uma área controlada pelo grupo xiita na capital libanesa em cinco dias.

Os ataques ao sul de Beirute foram retomados em um momento de ampla escalada das hostilidades na região, com Israel tendo reiniciado os ataques na Faixa de Gaza após trégua de dois meses, com ataques dos EUA contra os houthis do Iêmen, também apoiados pelo Irã, em uma tentativa de fazê-los parar de atacar a navegação no mar Vermelho.

Israel desferiu golpes severos ao Hezbollah na guerra, matando milhares de seus combatentes, destruindo grande parte de seu arsenal e eliminando a cúpula do grupo, incluindo seu líder desde o início dos anos 1990, Hassan Nasrallah.

O Hezbollah negou qualquer papel em recentes ataques com foguetes do Líbano em direção a Israel.

Esforços de cessar-fogo em Gaza

O primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, afirmou neste domingo (27) que houve algum avanço nos esforços para um novo cessar-fogo em Gaza, mas que chegar a um acordo definitivo continua difícil.

Segundo ele, a principal barreira é a falta de consenso sobre como encerrar a guerra. “Quando não há um objetivo comum, uma meta comum entre as partes, as oportunidades se tornam muito pequenas.”

David Barnea, chefe do Mossad, a agência de inteligência de Israel, viajou a Doha para se encontrar com o qatari em meio aos esforços para uma nova trégua em Gaza.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, afirmou que o Hamas estaria mais disposto a um acordo que vá além do cessar-fogo, buscando uma solução de dois Estados na região.

De acordo com um diplomata, Fidan também se reuniu com líderes do grupo em Doha, que asseguraram continuar trabalhando por uma trégua duradoura.

Israel retomou sua ofensiva a Gaza em 18 de março, após o colapso da trégua em janeiro, dizendo que continuaria pressionando o Hamas até que o grupo terrorista libertasse os reféns restantes ainda mantidos no território. Acredita-se que até 24 deles ainda estejam vivos.

A guerra em Gaza começou após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e levou 251 reféns israelenses para Gaza. Desde então, a ofensiva israelense no território matou mais de 51 mil pessoas, de acordo com autoridades de saúde palestinas, controladas pelo Hamas.

Fonte: Folha de São Paulo

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