A Justiça do Irã anunciou nesta segunda-feira (16) a execução de um homem detido em 2023 e considerado culpado de ser um agente do Mossad, o serviço secreto de Israel, no quarto dia de conflito entre Teerã e o Estado judeu.
“Esmaeil Fekri, um agente do Mossad considerado culpado dos crimes capitais de corrupção e ‘moharebeh’ [‘guerra contra Deus’, um vago conceito religioso], foi executado por enforcamento após processo judicial”, diz o site de notícias Mizan Online, vinculado ao Poder Judiciário da República Islâmica.
O anúncio ocorre no momento em que ataques entre Israel e Irã aumentam, provocando mortes de civis de ambos os lados e forçando o fechamento do espaço aéreo em vários países da região. O conflito levou o chefe do Poder Judiciário iraniano, Gholamhossein Mohseni Ejei, a pedir celeridade em processos de pessoas acusadas de espionar para Israel.
“Se uma pessoa é detida por vínculos com o regime sionista e colaborou com ele, seu julgamento e condenação devem ser pronunciados muito rapidamente, em conformidade com a lei e considerando as condições da guerra”, afirmou nesta segunda Ejei, segundo a agência de notícias Tasnim, vinculada à Guarda Revolucionária do Irã.
Após décadas de hostilidade e confrontos com outros países do Oriente Médio, Israel iniciou na última sexta (13) uma ampla ofensiva contra o Irã com o objetivo declarado de neutralizar seu programa nuclear e balístico.
A campanha matou altos funcionários do regime iraniano, incluindo o chefe da Guarda Revolucionária e o chefe do Estado-Maior do Exército, assim como nove cientistas do programa nuclear do país. Os ataques deixaram pelo menos 224 mortos, incluindo civis, segundo Teerã, que respondeu com drones e mísseis que mataram pelo menos 24 pessoas em Israel, segundo o balanço mais recente divulgado pelo governo.