Três influenciadores brasileiros que viajaram a Tel Aviv a convite do Consulado de Israel para participar da Parada LGBTQIA+ conseguiram sair do país na manhã desta terça-feira (17), após ficarem retidos no país por causa do conflito com o Irã.
O consulado confirmou à Folha a informação. Beto Martinne, Murilo Lorran e Iza Potter chegaram ao país no dia 9 —quatro dias antes do início dos ataques. Eles integraram uma delegação de cerca de 20 pessoas de várias partes do mundo.
O objetivo da viagem era participar de agendas com organizações LGBT+ locais e participar da parada, que ocorreria na última sexta (13) mas foi cancelada por causa da ofensiva lançada pelas forças israelenses naquela madrugada. Todos os custos foram arcados pelo governo israelense, segundo o consulado.
Israel possui uma importante comunidade LGBT+, especialmente em Tel Aviv, apelidada de “a capital gay do Oriente Médio” —vitrine usada pelo governo como uma espécie de soft power. Embora apenas os casamentos religiosos (e, portanto, heterossexuais) sejam contemplados por lei, a união entre pessoas do mesmo sexo feita no exterior é reconhecida pela legislação.
Beto Martinne compartilhou nas redes sociais um post, posteriormente excluído, sobre a estada no país em meio ao conflito. “Desculpa o sumiço, as coisas por aqui estão bem caóticas e estamos tomando o máximo de cuidado. Estamos bem, nos protegendo, sempre em alerta”, escreveu ele em seu perfil no X.
“Nunca imaginei que fosse vivenciar isso… viemos para absorver as vivências da comunidade LGBTQIAPN+ e isso tudo aconteceu”, acrescentou o influenciador. À reportagem o empresário dele afirmou, em nota, que Beto está na Jordânia, em segurança, “aguardando retorno ao Brasil” e “recebendo todo suporte necessário”.
No Instagram, Iza Potter compartilhou com seus seguidores que já estava fora de Israel. “Longe dos perigos de Tel Aviv… Logo logo estarei no Brasil, continuem rezando”, afirmou ela em um story. “Exu sempre me protege e abre meus caminhos. Este foi um grande aprendizado, eu com certeza saí de Israel melhor do que já sou.”
O consulado não informou o trajeto feito pelos três brasileiros nem previsão de chegada deles, sob o argumento de questões de segurança. De acordo com a representação diplomática, a comunicação com o trio foi constante, e a operação de retirada não teve participação do Itamaraty.
Ainda segundo o consulado, a prática de levar comitivas para o país não é algo inédito, mas foi suspensa após a pandemia de Covid-19 e o ataque do grupo terrorista Hamas em outubro de 2023.
Israel atacou o Irã na sexta passada (13). Desde então, o conflito escalou, e os países têm lançado ataques aéreos contra o território inimigo. Segundo informações dos governos locais, ao menos 24 pessoas morreram do lado israelense, e ao menos 300 do lado iraniano.
