O Hamas anunciou, nesta quinta-feira (29), que estuda uma nova proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo em Gaza, enquanto o Exército israelense continua com sua ofensiva.
A direção do grupo terrorista afirmou, em comunicado, que “recebeu uma nova proposta do enviado especial do presidente EUA, Donald Trump, para o Oriente Médio, Steve Witkoff, por parte dos mediadores e está atualmente estudando-a de maneira responsável”.
O comunicado não fornece nenhum detalhe sobre eventuais termos desta proposta.
Egito e Qatar desempenham o papel de mediadores com o Hamas para tentar chegar a uma trégua que leve à liberação dos reféns. A facção desencadeou a guerra com os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.218 pessoas e o sequestro de outras 251, segundo as autoridades israelenses.
A ofensiva sobre Gaza já deixou mais de 54.200 palestinos mortos, segundo dados do Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas.
O governo de Binyamin Netanyahu impôs um bloqueio total de 78 dias sobre a entrada de ajuda humanitária em Gaza, o que agravou a crise em um território já devastado. Após forte pressão, Israel afrouxou parcialmente o cerco, permitindo o ingresso de um pequeno fluxo de ajuda, considerado insuficiente para aplacar a crise humanitária, segundo a ONU.
Na terça-feira (27), ao menos 47 pessoas ficaram feridas durante uma distribuição de alimentos, em Rafah, organizada por uma entidade apoiada por Estados Unidos e Israel —a maioria, diz a ONU, teria sido atingida por disparos de soldados que Tel Aviv chamou de “tiros de advertência”.
Um dia depois, duas pessoas morreram após “hordas de famintos” invadirem um armazém do Programa Mundial de Alimentos (PMA), das Nações Unidas, no centro de Gaza.
Diversos países, incluindo aliados de Israel, pedem pelo estabelecimento de um novo cessar-fogo. A última ação do tipo começou em 19 de janeiro e durou quase dois meses. No dia 18 de março, porém, Israel rompeu a trégua e voltou a atacar Gaza após divergências com o Hamas sobre as fases seguintes do acerto. Ao menos 3.900 palestinos foram mortos desde então, segundo as autoridades de Gaza.