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Gaza: ONU conta ao menos 613 mortes em pontos humanitários – 04/07/2025 – Mundo

O alto comissariado de direitos humanos da ONU (OHCHR) informou nesta sexta-feira (4) que registrou pelo menos 613 mortes tanto em pontos de ajuda humanitária administrados pela Fundação Humanitária de Gaza (FHG), apoiada por EUA e Israel, quanto perto de comboios humanitários administrados por outros grupos de ajuda, incluindo a própria ONU.

A FHG utiliza empresas privadas de segurança e logística dos EUA para levar suprimentos a Gaza, contornando em grande parte um sistema liderado pelas Nações Unidas que, segundo Israel, permitiu que terroristas do Hamas desviassem a ajuda. A ONU considerou o plano “inerentemente não seguro” e uma violação das regras de imparcialidade humanitária.

“Registramos 613 mortes, tanto em pontos da FHG quanto perto de comboios humanitários —esse é o número até 27 de junho. Desde então… houve mais incidentes“, disse Ravina Shamdasani, porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a repórteres em Genebra.

A FHG começou a distribuir pacotes de alimentos em Gaza no final de maio e negou repetidamente que incidentes tivessem ocorrido em seus locais. Das 613 pessoas mortas, 509 foram mortas perto dos pontos de distribuição da fundação, segundo o braço da ONU.

O alto comissariado disse que seus números se baseiam em uma série de fontes, como informações de hospitais, cemitérios, famílias, autoridades de saúde palestinas, ONGs e seus parceiros no local. O órgão afirmou que está verificando outros relatos e ainda não pode fornecer uma lista detalhada de onde as pessoas foram mortas.

A FHG disse anteriormente à agência de notícias Reuters que entregou mais de 52 milhões de refeições a palestinos em cinco semanas e afirmou que outros grupos humanitários tiveram “quase toda a sua ajuda saqueada”. Israel suspendeu um bloqueio de ajuda de 11 semanas a Gaza em 19 de maio.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários disse à Reuters que houve alguns casos de saques violentos e ataques a motoristas de caminhão, o que descreveu como inaceitável. “Israel, como potência ocupante, é responsável pela ordem pública e pela segurança em Gaza. Isso deve incluir a entrada de muito mais suprimentos essenciais, através de várias passagens e rotas, para atender às necessidades humanitárias”, disse o porta-voz Eri Kaneko.

O COGAT, a agência de coordenação de ajuda militar israelense, não comentou imediatamente.

As Forças Armadas israelenses reconheceram na última segunda-feira (30) que civis palestinos foram mortos em centros de distribuição de ajuda em Gaza, dizendo que as forças israelenses receberam novas instruções após o que chamaram de “lições aprendidas”.

Israel afirmou repetidamente que suas forças operam perto dos centros para impedir que a ajuda caia nas mãos dos membros do Hamas.

Há uma grave escassez de alimentos e outros suprimentos básicos após uma campanha militar de quase dois anos por parte de Israel contra o Hamas em Gaza, que reduziu grande parte do enclave a escombros e deslocou a maioria de seus dois milhões de habitantes.

Fonte: Folha de São Paulo

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