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‘GabiStrike’: quem é o xará de Gabigol que brilha no beisebol do Brasil no Pan 2023

A seleção brasileira de beisebol é uma das grandes surpresas dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023. Sem disputar a modalidade desde a edição do Rio 2007, a equipe está na final contra a Colômbia e garantiu uma medalha inédita – resta saber se será ouro ou prata. Os brasileiros derrotaram na primeira fase países tradicionais…

Comitê Olímpico do Brasil

A seleção brasileira de beisebol é uma das grandes surpresas dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023. Sem disputar a modalidade desde a edição do Rio 2007, a equipe está na final contra a Colômbia e garantiu uma medalha inédita – resta saber se será ouro ou prata.

Os brasileiros derrotaram na primeira fase países tradicionais no esporte, como Venezuela, Cuba e até a própria Colômbia. No quadrangular final, mais uma vitória, dessa vez contra o Panamá. A seleção, que conta com jogadores profissionais espalhados pelo mundo e até alguns amadores, tem como um dos destaques um nome bem conhecido do povo brasileiro: Gabriel Barbosa. Mas, obviamente, não o que você está pensando…

Homônimo do atacante do Flamengo Gabigol, o arremessador brasileiro começou sua trajetória há quase 15 anos em Bastos, sua cidade natal, no interior do estado de São Paulo.

“Comecei a jogar beisebol pelo meu primo mais novo, também de Bastos. Estava na casa da minha tia e da minha avó. Nesse dia, a gente estava jogando futebol com uma treinadora de beisebol, a Ariane que virou uma grande amiga. Aí, deu o horário do treino deles e eu ainda não conhecia o beisebol. Já tinha passado pelo futebol e pelo judô, mas não tinha me encantado muito. Mas, esse dia, ela me chamou para treinar e eu comecei”, conta Gabriel Barbosa em entrevista exclusiva para a ESPN.

O paulista de 21 anos logo se encantou pela modalidade e começou a treinar na própria cidade de quase 20 mil habitantes. Barbosa não imaginava que teria um futuro no esporte, mas logo foi chamando atenção.

“Fui me destacando pelas seleções de base do beisebol. Com dez anos, já fui campeão pan-americano, em um torneio da Colômbia. Depois, continuei passando pelas seleções brasileiras e, com 15 anos, joguei pelo Coopercotia (time da cidade de Cotia) e, depois, também pelo Nippon Blue Jays (de São Paulo). Então, fui morar no CT de Ibiúna (da Confederação Brasileira de Beisebol) com 15 anos”.

A carreira do Gabriel caminhava muito bem, com o apoio dos pais, e sua ida para os Estados Unidos estava cada vez mais próxima, mas, em 2017, o brasileiro passou por um momento muito difícil devido ao falecimento do pai.

“No ano de assinar um contrato (com um time americano) em 2017, eu perdi meu pai. Ele faleceu bem no que era o ano da minha oportunidade. Meu pai gostava mais de beisebol do que eu. Ele é meu espelho pra vida e hoje levo isso como uma motivação”.

Barbosa, no ano seguinte, assinou seu contrato profissional com o Colorado Rockies, da Major League Baseball, e deixou o Brasil, mas o time não o levou direto para os Estados Unidos.

“Fui morar na República Dominicana até os 19 anos. Com 20, fui para os EUA, depois joguei em o Spring Training (pré-temporada), em Arizona. Fiz meu primeiro ano lá no RUC e acabei promovido pelo Colorado Rockies para o Fresno Grizzlies. Joguei bem nos playoffs, graças a Deus, e esse anos joguei lá a temporada inteira”.

Beisebol nos Estados Unidos

Ubiratan Leal, comentarista da ESPN, explica como funcionam esses times “secundários” das franquias da MLB.

“No futebol, estamos acostumados com as categorias de base divididos pela idade, como sub-17 ou sub-20. No beisebol, é diferente e é dividido por nível técnico, mas claro, que a idade acaba também influenciando. Então, à medida que um jogador vai evoluindo tecnicamente, ele vai sendo promovido e subindo de categoria”.

“O Fresno Grizzlies é um time Single-A, que equivale a um time E (quinta equipe) do Colorado Rockies. Lá nos Estados Unidos, esses times de base jogam em outras cidades. O Gabistrike está começando a trajetória dele nessas ligas de formação, mas elas são profissionais. Os jogadores recebem salário para jogar. À medida que ele mostra um bom desenvolvimento técnico, ele vai subindo para um time High-A(D), Double-A (C) e Triple-A (B), até chegar no time principal” completa o comentarista.

Ubiratan Leal, inclusive, foi quem criou o apelido de GabiStrike quando a ESPN transmitiu os jogos da seleção de beisebol durante as eliminatórias para a Copa do Mundo da modalidade. O Brasil, infelizmente, não conseguiu se classificar para o Mundial.

O apelido pegou e foi aprovado pelo próprio Gabriel Barbosa, que, apesar de são-paulino, revelou que gosta da alcunha criada em alusão ao Gabigol.

No Pan de Santiago, Gabistrike destacou como a união da seleção brasileira foi essencial para conquistar os resultados surpreendentes.

“Foi bem difícil, reunir o pessoal que está em cada cidade, mas a gente se ajuda muito dentro e fora de campo. A gente é muito amigo”.

Entre os amigos, Barbosa também destacou como é encontrar grandes nomes do esporte no Pan e jogar com um dos seus ídolos.

“Eu troco bastante ideia com o Paulo Orlando. A gente conversa bastante, ele vai me dando dicas porque já ganhou uma World Series (título da MLB dos Estados Unidos). Ele é um espelho para gente, para as crianças e para todo atleta de beisebol”.

Barbosa já sonha em disputar as Olimpíadas, uma vez que a modalidade retorna para o programa olímpico em Los Angeles 2018 e também revelou seu grande objetivo dentro do esporte.

“Ganhar uma World Series é o grande objetivo para todos os jogadores de beisebol. Além disso, fechar um contrato milionário para deixar a família bem, né? Quero deixar a mamãe (que ainda mora em Bastos) muito bem”.



Fonte: Alagoas 24 Horas

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