O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy perdeu a Legião de Honra, a mais alta condecoração oficial do país, após ser condenado por corrupção, de acordo com um decreto publicado neste domingo (15).
Sarkozy, 70, já foi a julgamento diversas vezes desde que deixou o poder em 2012, após cinco anos no cargo. Ele recebeu a honraria em 2007.
O ex-presidente conservador usou uma tornozeleira eletrônica até meados de maio, após o mais alto tribunal de apelações ter mantido sua condenação em dezembro por corrupção e tráfico de influência.
De acordo com o código da Legião de Honra, a mais importante condecoração do Estado francês, qualquer pessoa condenada definitivamente a uma pena de prisão de um ano ou mais está excluída da ordem.
O presidente francês, Emmanuel Macron, se manifestou contra a medida em abril, afirmando que Sarkozy, envolvido em escândalos, havia sido eleito e que era “muito importante” que ex-presidentes fossem respeitados.
Apesar de seus problemas legais, o ex-presidente continua sendo uma figura influente na direita e é conhecido por interagir regularmente com o chefe de Estado.
A investigação contra Sarkozy apontou que o antigo partido do ex-presidente, o União por um Movimento Popular, que se tornou o Republicanos, e a agência de comunicação Bygmalion apresentaram notas frias durante a campanha de 2012 para esconder que as contas extrapolaram o limite legal estabelecido.
A França estabelece limites estritos aos gastos de campanha. Os promotores afirmam que Sarkozy gastou € 42,8 milhões na campanha daquele ano, quase o dobro do montante permitido.
O ex-presidente sempre negou as acusações. Durante audiência, ele chegou a culpar integrantes da sua equipe de campanha: “Não escolhi nenhum fornecedor, não assinei nenhum orçamento, nenhuma fatura.”
Depois, o ex-presidente foi considerado culpado de tentar subornar um juiz em troca de informações sobre a investigação. Sarkozy e seu advogado, Thierry Herzog, teriam selado um “pacto de corrupção“, em 2014, com Gilbert Azibert, um dos magistrados da Corte de Cassação, mais alto tribunal francês para apelações criminais e civis.