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Folha: Laura Greenhalgh, da Comissão Arns, estreia coluna – 03/07/2025 – Mundo

Foi ao narrar o papel das mulheres no movimento de redemocratização do Brasil que Laura Greenhalgh apontou para o que seria o caminho de sua produção jornalística e acadêmica nos últimos 30 anos. A nova colunista da Folha, que passa a escrever às quintas-feiras no site do jornal e às sextas na sua versão impressa, relembra que, em meados de 1990, entendeu e direcionou sua pesquisa para a consolidação de direitos sociais e civis universais.

Greenhalgh participou da fundação da Comissão Arns de Defesa dos Direitos Humanos em 2019, da qual foi diretora-executiva até 2024, e hoje continua membro. Antes, na década de 1990, esteve na equipe brasileira da Fundação John e Catherine MacArthur, em programas de pesquisa e promoção às políticas de saúde, direitos sociais e reprodutivos da população. Atualmente, é também sócia da Palavra Escrita Editorial, empresa que fundou e em que desenvolve projetos culturais independentes.

Intercalados aos momentos de pesquisa estão as passagens em Redações do Jornal da Tarde, em 1977, da revista Veja, em meados de 1990, e do O Estado de S.Paulo, de 2004 a 2014.

Os vaivéns entre imprensa e pesquisa foram bastante propositivos, diz a colunista. “Toda vez que eu volto para a imprensa, eu volto muito mais renovada, com mais fontes e com melhor entendimento, porque são períodos de muita formação”, afirma.

Em 1998, Greenhalgh foi uma das editoras fundadoras da revista Época. Pouco antes, em 1994, ganhou o Prêmio Esso com a reportagem “Mulher – a Grande Mudança no Brasil”, publicada na revista Veja, e que lhe rendeu uma das grandes inflexões de sua trajetória.

Foi a partir de então, conta a colunista, que ela percebeu a necessidade de “consolidar direitos sociais como uma luta permanente”. Tanto sua pesquisa quanto sua produção incorporaram “não só um olhar brasileiro, mas um olhar de como esses direitos —os sociais, coletivos e individuais— se estabelecem na prática”.

A bagagem construída nesse caminho deve desaguar, agora, em sua nova coluna semanal. Entre suas motivações está o desafio de voltar para um veículo onde ela consiga “exercer o compromisso com a informação de qualidade“.

“Não nos falta informação, está nos faltando, nesse mundo, informação com qualidade, credibilidade e independência”, diz ela. É com isso em mente que Greenhalgh pretende “olhar alguns fenômenos do nosso tempo, da nossa contemporaneidade, de uma maneira calma e refletida”.

O momento, para a colunista, parece também assertivo especialmente pelo debate acerca dos limites da liberdade de expressão. “Isso é algo primordial, fundamental, essencial para todos nós, para a sociedade, para o país inteiro”. Segundo ela, não se pode “abrir mão de algo tão claro, tão fundamental, tão essencial, que é a liberdade de expressão no mundo atual”.

Os encontros semanais garantidos são o outro lado do que fomenta essa nova produção. “É com muita alegria que eu publico essa coluna e abro esse diálogo com os leitores.” Afinal, mesmo sem nunca ter publicado regularmente nesta Folha, conta: “Agora converso com aquilo que eu sempre fui, leitora da Folha“.

Fonte: Folha de São Paulo

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