O Departamento de Estado dos Estados Unidos transferiu US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) para o Departamento de Segurança Interna para financiar migrantes em situação irregular que aceitarem se autodeportar.
A relocação dos fundos ocorre em um momento em que o governo de Donald Trump faz uma escalada contra estrangeiros que vivem no país.
O dinheiro foi transferido “para fornecer um voo gratuito de volta para casa e um bônus de saída para encorajar e ajudar estrangeiros em situação ilegal a deixarem voluntariamente os EUA”, disse um porta-voz do Departamento de Estado à agência de notícia Reuters.
Historicamente, esses fundos são usados “para fornecer proteção a pessoas vulneráveis” e para reassentar refugiados nos EUA, diz a ex-secretária assistente de Estado Elizabeth Campbell.
A reorganização do Departamento de Estado diz explicitamente que a agência de refugiados da pasta agora concentrará seus esforços principalmente para “retornar estrangeiros ilegais ao seu país de origem”.
Os valores realocados vieram da Assistência a Migrações e Refugiados (MRA), supervisionada pela agência de População, Refugiados e Migração. O site da MRA diz que sua missão é “reduzir a imigração ilegal” e ajudar pessoas “fugindo de perseguição, crise ou violência e buscar soluções duradouras para pessoas deslocadas à força”.
O secretário-adjunto de Estado Christopher Landau disse que subsidiar a repatriação de pessoas sem status legal fortalecerá os “interesses de política externa” dos EUA. Ele não mencionou a transferência dos US$ 250 milhões.
O impulso para deportações voluntárias é consistente com a busca do governo Trump por métodos não ortodoxos e, em alguns casos, contestáveis para remover migrantes e outros cidadãos estrangeiros dos EUA, incluindo deportações forçadas e deportações de pessoas para países que não são seus lares.
Trump fez campanha para a Casa Branca prometendo deportar milhões de imigrantes em situação ilegal no que seria a maior operação de deportação da história dos EUA.
A Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou o governo do republicano a revogar o status migratório temporário de centenas de milhares de migrantes venezuelanos, cubanos, haitianos e nicaraguenses que vivem no país.
A corte suspendeu a ordem de uma juíza federal que impedia a medida do governo. Ela consistia em encerrar o programa de concessão temporária de autorizações que tinha como alvo 532 mil migrantes e foi criado pelo antecessor de Trump, Joe Biden. Agora, esses milhares de estrangeiros ficam expostos a medidas de remoção acelerada colocadas em prática pela Casa Branca.