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EUA: Tempestades de inverno matam 72 pessoas – 22/01/2024 – Mundo

Após mais de uma semana de tempestades de inverno e baixas temperaturas nos Estados Unidos, pelo menos 72 pessoas morreram por causas relacionadas ao clima no país, de acordo com relatos de autoridades estaduais, departamentos de polícia, médicos legistas e veículos de notícias reunidos neste domingo (21).

O número provavelmente aumentará mais ainda à medida que as autoridades avaliem as mortes causadas por frio intenso, estradas congeladas e ventos fortes, especialmente em partes do país que não costumam ter longos períodos de temperaturas baixas.

Na segunda-feira passada (15), por exemplo, no Tennessee, um homem morreu depois de cair por uma claraboia enquanto limpava a neve do telhado de um estabelecimento comercial. No dia seguinte, na Pensilvânia, cinco mulheres da mesma família morreram em uma colisão com um caminhão logo após se reunirem na beira de uma estrada por causa de outro acidente. Na quarta (17), em Oregon, um galho de árvore derrubou uma linha de energia, que matou dois adultos e um adolescente.

O Tennessee, no leste dos EUA, sofreu um número particularmente alto de fatalidades. Pelo menos 27 pessoas do estado podem ter morrido devido a causas relacionadas ao clima, incluindo hipotermia, quedas e acidentes de trânsito, de acordo com autoridades de saúde estaduais. Já em Oregon, a oeste do país, há registros de pelo menos 11 vítimas, incluindo as três que foram mortas pela queda da linha de energia.

Ambos os estados declararam estado de emergência na semana passada, assim como Kentucky, onde pelo menos cinco pessoas morreram durante o período de frio intenso.

“Por favor, tire um tempo hoje para falar com família, amigos e colegas de trabalho e garantir que eles tenham o necessário para permanecerem seguros e aquecidos”, disse o governador do Kentucky, Andy Beshear, em um comunicado na sexta-feira (19).

Acidentes de trânsito —frequentemente causados por carros que derrapam em estradas congeladas— estão entre as causas mais comuns de morte durante períodos de frio intenso. A hipotermia é outra ameaça, especialmente para pessoas que não têm acesso a abrigo ou aquecimento. Quedas de linhas de energia, por sua vez, podem aumentar o risco de incêndio ou eletrocussão.

Essas fatalidades, porém, são difíceis de contar. As causas de morte variam muito e pode levar tempo para as autoridades determinarem as circunstâncias exatas de um acidente de trânsito, um ataque cardíaco ou uma queda.

“É muito difícil compilar esse tipo de informação porque há muita ambiguidade”, diz Alan Black, especialista em clima e condições climáticas extremas da Southern Illinois University Edwardsville. “Ainda há muita pesquisa a ser feita para entender o impacto exato do frio nos EUA”, acrescentou ele, “e acho que é um tópico extremamente importante a ser explorado, já que simplesmente não conhecemos seus efeitos”.

O clima em todo o país permaneceu frio no domingo, com Nashville, em Tennessee, atingindo uma temperatura mínima de -16°C. Partes do Texas tiveram temperaturas negativas, e Chicago e Milwaukee registraram temperaturas na casa dos -10°C.

Mas a onda de frio promete diminuir a partir desta segunda (22). As temperaturas devem subir em todo o país, atingindo níveis acima da média em muitos lugares, diz Bob Oravec, um dos principais meteorologistas do Serviço Nacional de Meteorologia de Maryland.

Em vez de frio e neve, muitas áreas podem ter chuvas intensas, incluindo o leste do Texas até o vale inferior do Mississippi, que inclui Louisiana, Arkansas e Tennessee. A Costa Oeste também terá condições climáticas úmidas. A Califórnia espera chuvas fortes e neve na Sierra Nevada.

As pessoas tendem a subestimar os riscos de temperaturas extremas, afirma James Marshall Shepherd, especialista em clima e condições climáticas da Universidade da Geórgia. Mas ondas de frio como a que varreu o país norte-americano neste mês costumam ser mais mortais do que furacões, tornados e outros eventos climáticos.

Segundo Shepherd, os moradores do sul do país podem ser especialmente vulneráveis a condições climáticas extremas, especialmente em áreas de baixa renda e densamente povoadas ou não acostumadas ao frio.

Durante ondas de calor no verão, que estão mais quentes do que costumavam ser, pessoas no sul podem se sentir mais acostumadas, diz Shepherd. Mas a infraestrutura antiga dessa região muitas vezes não é adequada para o tipo de clima gelado que grande da população experimentou na última semana.

Além disso, muitos moradores podem não ter os recursos necessários para se esquentar, como aquecimento confiável e roupas adequadas. “Quando todo mundo fica resfriado”, acrescentou ele, “nós pegamos uma gripe”.

Fonte: Folha de São Paulo

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