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HomeMundoEUA: Juiz decide que Trump difamou jornalista - 06/09/2023 - Mundo

EUA: Juiz decide que Trump difamou jornalista – 06/09/2023 – Mundo

Um juiz federal dos Estados Unidos determinou nesta quarta-feira (6) que o ex-presidente americano Donald Trump é responsável pela difamação contra a jornalista Elizabeth Jean Carroll e que, portanto, um novo julgamento marcado para 15 de janeiro sobre o caso se limitará apenas a decidir a indenização que o republicano deverá pagar à escritora.

A decisão é uma derrota para o ex-presidente dos EUA, que tenta transformar em trunfo as inúmeras acusações que enfrenta no momento em que embarca em uma campanha à Presidência. Recaem sobre Trump quatro acusações criminais, incluindo duas por tentar reverter sua derrota nas eleições de 2020 —o político se declara inocente em todos os casos.

A decisão desta quarta remonta a um júri de maio deste ano. Naquela ocasião, jurados em processo civil em Nova York decidiram que Trump abusou sexualmente de Carroll na década de 1990 e a difamou em 2022 por chamá-la de mentirosa. Embora tenha descoberto o abuso sexual —suficiente para responsabilizá-lo por agressão—, o júri da corte federal de Manhattan rejeitou a acusação inicial de estupro.

Segundo Kaplan, esse veredicto, no qual Trump foi ordenado a pagar US$ 5 milhões a Carroll, elimina a necessidade de reexaminar se o republicano difamou Carroll em 2019 —a jornalista voltou a processar o ex-presidente no mesmo mês em que ganhou a causa. A legitimidade das declarações do ex-presidente, argumentou, dependem da veracidade do relato de agressão sexual da jornalista, e o júri já descobriu em maio que ela não mentiu.

Kaplan também rejeitou a alegação de Trump de reduzir a indenização à Carroll, que está buscando US$ 10 milhões, já que o veredicto anterior cobriu parte dela.

Os advogados de Trump não responderam imediatamente à agência de notícias Reuters a pedidos de comentário. Já Roberta Kaplan, advogada da jornalista, disse que aguarda ansiosamente o julgamento.

Colunista da revista de moda Elle por 26 anos, Carroll trouxe o caso à tona em 2019, quando a New York Magazine publicou um trecho de seu livro de memórias. Na sua versão, ela se encontrou casualmente com Trump na loja Bergdorf Goodman da Quinta Avenida, em Nova York. Naquela época, Trump era um proeminente promotor imobiliário, e ela, uma conhecida jornalista e apresentadora de televisão.

Durante o processo, Carroll disse em depoimento oficial que Trump a teria empurrado contra a parede e estuprado no vestiário da loja. Os jurados tiveram a tarefa de decidir se houve estupro, abuso sexual ou toques à força na ocasião —uma agressão em qualquer uma das hipóteses. Posteriormente, eles foram provocados a decidir se Trump difamou Carroll ao disparar sua artilharia e afirmar que Carroll inventou as acusações para tentar aumentar as vendas de seu livro e prejudicá-lo politicamente.

Em maio, a equipe jurídica do ex-presidente optou por não apresentar uma defesa, julgando que o caso apresentado pela jornalista não era convincente. Por ser um caso civil, o critério pelo qual o júri foi instruído a julgar Trump foi menos exigente.

Enquanto em casos criminais os jurados são orientados a declarar culpa ou inocência para além de qualquer “dúvida razoável”, neste e em outros casos civis basta que decidam se a acusação é mais provavelmente verdadeira do que falsa. Para isso, Carroll teve a seu favor o testemunho de duas mulheres que também dizem ter sido vítimas de abuso sexual de Trump.

Fonte: Folha de São Paulo

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