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EUA continuarão cortando gastos após saída de Elon Musk – 29/05/2025 – Mundo

No dia seguinte à oficialização da saída de Elon Musk do governo de Donald Trump, a Casa Branca indicou nesta quinta-feira (29) que o homem mais rico do mundo continuará tendo alguma influência sobre as políticas de Washington, ainda que numa escala menor.

Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, disse a jornalistas que os integrantes do gabinete de Trump vão colaborar com a equipe do Doge (Departamento de Eficiência Governamental, na sigla em inglês), até a véspera chefiada por Musk, para “avançar com os esforços em andamento” em várias agências federais.

O bilionário liderou uma iniciativa radical de corte de gastos que desmantelou agências e motivou demissões em massa com o pretexto de que enxugar a máquina pública era necessário. Segundo Leavitt, os secretários do governo trabalharam lado a lado com Musk e, agora, continuarão esses esforços com os funcionários do Doge. “Os esforços para reduzir o desperdício, a fraude e o abuso continuarão”, disse.

Musk anunciou sua saída no mesmo dia em que disse estar decepcionado com um plano fiscal defendido por Trump. O projeto, aprovado na Câmara, prevê cortes de impostos e aumentos de gastos em áreas consideradas sensíveis ao republicano, incluindo a da imigração. Segundo o bilionário, o texto aumenta o déficit orçamentário e prejudica o trabalho que o Doge vem fazendo.

Ainda que Leavitt tenha mencionado nominalmente Musk para agradecê-lo por sua atuação junto ao governo, o presidente Trump não havia feito qualquer comentário sobre a saída do bilionário nem sobre as críticas feitas por ele até a noite desta quinta.

Musk, por sua vez, republicou em suas redes sociais mensagens que negam qualquer divergência com o presidente. “A mídia tradicional está tentando enquadrar a saída de Elon do Doge como resultado de um desentendimento com Trump. […] Eles são retardados ou acham que você é”, diz uma delas.

Apesar de controlar o Doge, a Casa Branca disse em mais de uma ocasião que Musk não era formalmente o chefe do departamento, e sim apenas um “funcionário especial do governo”. A lei determina que uma pessoa só pode ocupar essa função por 130 dias, o que explicaria a saída formalizada na quarta. Ainda assim, Trump poderia facilmente ter nomeado o bilionário para outro cargo, o que não ocorreu.

Relatos de que Musk deixaria o governo para focar em suas empresas, em especial a Tesla, circularam na imprensa americana nas últimas semanas —as vendas da montadora despencaram na Europa recentemente, em parte como reação ao papel controverso do bilionário na gestão Trump.

Desde dezembro, as ações da empresa perderam cerca de 25% do valor na bolsa americana, segundo a agência de notícias Reuters. Nesta quarta, os papéis da companhia operaram em estabilidade.

Um dos principais apoiadores de Trump durante a campanha eleitoral e bastante atuante nos primeiros meses de governo, o bilionário passou a ser visto como ônus político por aliados do presidente após uma derrota simbólica numa eleição da Suprema Corte de Wisconsin, na qual o candidato apoiado por ele perdeu o pleito.

O saldo do bilionário à frente do Doge é um copo meio vazio. Musk havia dito que sua equipe de corte do orçamento poderia reduzir a verba federal do próximo ano fiscal em US$ 1 trilhão. Em uma reunião de gabinete, contudo, o empresário mudou o discurso em abril ao dizer que o grupo conseguiria economizar cerca de US$ 150 bilhões, 85% a menos do que o seu objetivo, segundo o jornal The New York Times.

Fonte: Folha de São Paulo

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