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Estou decepcionado, mas não desisti de Putin, diz Trump – 15/07/2025 – Mundo

Donald Trump disse, em uma entrevista por telefone exclusiva à emissora britânica BBC News, que está decepcionado, mas que não desistiu de Vladimir Putin. O presidente dos Estados Unidos foi questionado se confiava no líder russo e respondeu: “Não confio em quase ninguém”.

O telefonema, feito do Salão Oval, aconteceu horas depois de Trump ter anunciado planos de enviar armas para a Ucrânia e ameaçado impor tarifas severas à Rússia se não houvesse um acordo de cessar-fogo em 50 dias.

Na entrevista, o presidente também endossou a Otan, a aliança militar ocidental que outrora descrevia como obsoleta, e afirmou seu apoio ao princípio de defesa comum da organização.

O presidente participou da chamada de 20 minutos com a BBC logo após negociações sobre uma possível entrevista em decorrência do aniversário de um ano do atentado contra sua vida em um comício, durante a campanha eleitoral, em Butler, na Pensilvânia.

Perguntado se o fato de ter sobrevivido à tentativa de assassinato o havia mudado, Trump disse que gostava de pensar o mínimo possível sobre isso. “Não gosto de pensar se isso me mudou”, afirmou o republicano. Ficar remoendo isso, acrescentou, “poderia ser transformador”.

Tendo acabado de se reunir com o chefe da Otan, Mark Rutte, na Casa Branca, no entanto, o presidente passou uma parte significativa da entrevista falando sobre sua decepção com o líder russo.

O presidente americano contou que havia achado que um acordo para acabar com a Guerra da Ucrânia estava prestes a ser fechado com a Rússia em quatro ocasiões diferentes. Questionado pela BBC se ele havia desistido de Putin, respondeu: “Estou decepcionado com ele, mas não desisti dele. Mas estou decepcionado com ele”.

Sobre como para fazer Putin “parar com o derramamento de sangue”, o presidente dos EUA afirmou: “Estamos trabalhando nisso, Gary”. “Teremos uma ótima conversa. Eu direi: ‘Isso é bom, acho que estamos perto de conseguir isso’, e então ele derrubará um prédio em Kiev.”

A Rússia intensificou seus ataques com drones e mísseis contra cidades ucranianas nas últimas semanas, causando um número recorde de vítimas civis. A invasão em grande escala do país vizinho foi lançada em 2022.

Putin insiste que também quer a paz, mas diz que o que ele chama de “causas principais” da guerra devem ser resolvidas primeiro. Ele argumenta que a guerra é o resultado de ameaças externas à segurança da Rússia vindas de Kiev, da Otan e do “Ocidente coletivo”.

O assunto da conversa mudou para a Otan, que Trump já havia criticado anteriormente, chamando de “obsoleta”.

Perguntado se ainda achava que esse era o caso, ele respondeu: “Não. Acho que a Otan está se tornando o oposto disso”, porque a aliança estava “pagando suas próprias contas”. Ele afirmou que ainda acreditava na defesa coletiva, porque isso significava que os países menores poderiam se defender contra os maiores.

Trump disse também que líderes de países como Alemanha, França e Espanha passaram a respeitá-lo, assim como suas tomadas de decisão, em parte porque acreditavam que havia um “grande talento” em ser eleito duas vezes para a Presidência. Quando questionado se os líderes mundiais às vezes eram “óbvios em sua bajulação”, Trump respondeu que sentia que eles estavam “apenas tentando ser gentis”.

O presidente americano também foi perguntado sobre o futuro do Reino Unido no mundo, e disse que achava um “ótimo lugar”. “Você sabe que tenho propriedades lá”, afirmou. Sobre a questão do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, ele afirmou que havia sido “um pouco desleixado”, mas que estava “se resolvendo”.

Trump também comentou sobre o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. “Eu gosto muito do primeiro-ministro, embora ele seja um progressista”, afirmou, elogiando o acordo comercial entre o Reino Unido e os EUA. Ele disse que tinha um “vínculo especial” com o país europeu e que era por isso que tinha feito um acordo.

“Na maioria das vezes, em termos de seus concorrentes e em termos da União Europeia, eu não fechei um acordo”, afirmou.

Ele falou ainda sobre como estava ansioso para uma segunda visita de Estado sem precedentes ao Reino Unido em setembro deste ano. Sobre o que ele queria alcançar durante a visita, Trump disse: “Me divertir e respeitar o rei Charles, porque ele é um grande cavalheiro”.

Ele disse que não gostaria que o Parlamento do Reino Unido, que não se reúne em setembro, fosse convocado para que ele pudesse fazer um discurso lá, dizendo que, em vez disso, os parlamentares deveriam aproveitar seu tempo livre: “Acho que devem ser liberados para se divertir”.

O presidente também disse que não se preocupou com o discurso de Charles na abertura do Parlamento canadense, no qual o monarca britânico —que é também o chefe de Estado do Canadá— enfatizou sua soberania depois que Trump sugeriu que os EUA poderiam anexar o país.

“Eles estão envolvidos com o Canadá, então o que ele vai fazer? Você sabe como é, ele não tem escolha”, declarou o presidente, acrescentando: “Achei que ele foi muito bom, muito respeitoso”. Ele afirmou ainda que os EUA estavam “negociando com o Canadá neste momento”, e que “daria muito certo”.

Perguntado sobre o que ele achava que definiria seu legado como presidente, ele disse: “Salvar os EUA”. “Acho que os EUA são agora um grande país, e eram um país morto há um ano”, afirmou.

Fonte: Folha de São Paulo

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