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HomeMundoConversa vazada acirra crise política na Tailândia - 21/06/2025 - Mundo

Conversa vazada acirra crise política na Tailândia – 21/06/2025 – Mundo

A primeira-ministra da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra, anunciou neste sábado (21), por meio de um alto oficial de seu partido Pheu Thai, que não renunciará ao cargo nem dissolverá o Parlamento, o que pode resultar em uma crise política prolongada na segunda maior economia do Sudeste Asiático.

Sorawong Thienthong, ministro do Turismo da Tailândia, afirmou em postagem no Facebook que, apesar dos crescentes pedidos de renúncia devido à sua gestão do conflito de fronteira com o Camboja, Paetongtarn não irá desistir.

“A primeira-ministra nos confirmou claramente que continuará a cumprir seu dever de resolver as diversas crises que o país enfrenta da melhor maneira possível”, afirmou ele. “O governo confirma que continuará trabalhando, não renunciará e não dissolverá o Parlamento.”

Filha de Thaksin Shinawatra, empresário polêmico e ex-primeiro-ministro, Paetongtarn enfrenta crescentes pedidos de renúncia após uma série de controvérsias que abalaram sua liderança.

A ira interna contra Paetongtarn se intensificou após o vazamento, em 15 de junho, de uma conversa telefônica com o ex-líder cambojano Hun Sen, na qual ela aparentemente se submete ao veterano político e critica um alto comandante militar tailandês.

A autenticidade da conversa foi confirmada tanto por Paetongtarn quanto por Hun Sen. Na gravação, a tailandesa se dirige a Hun Sen, a quem chama de tio, e afirma estar sob pressão interna, pedindo que ele não ouvisse “o outro lado”, que inclui um influente comandante militar na fronteira com o Camboja.

“Ele só quer parecer legal e dizer coisas que não ajudam o país, mas, na verdade, o que queremos é a paz”, disse ela a Hun Sen, por meio de tradutor, referindo-se ao general.

Paetongtarn, mais tarde, afirmou à imprensa que a conversa com Hun Sen fazia parte de uma tática de negociação e que não tem problemas com o Exército tailandês. “Não falarei mais com ele [Hun Sen] pessoalmente, pois há um problema de confiança.” Hun Sen afirmou que o vazamento da gravação veio de um dos 80 políticos com quem ele compartilhou o áudio.

Esse episódio gerou críticas internas, sendo considerado por muitos uma ameaça à soberania e integridade da Tailândia. Paetongtarn explicou que a conversa foi feita de seu telefone pessoal e que ela não sabia que seria gravada e divulgada. Ela ainda reiterou que o governo está disposto a apoiar as forças armadas de todas as maneiras necessárias.

O Partido Bhumjaithai, que era o segundo maior parceiro da coalizão governante da Tailândia, retirou-se da aliança na última quarta-feira (18), citando o vazamento da conversa.

Além disso, a má gestão de Paetongtarn do conflito fronteiriço com o Camboja e a falta de uma resposta eficaz à crise intensificaram a insatisfação popular.

Outro membro da coalizão, o partido United Thai Nation, estava prestes a exigir a renúncia de Paetongtarn em troca do apoio à coalizão liderada pelo Pheu Thai e pela manutenção de sua estreita maioria parlamentar.

Paetongtarn pediu desculpas pela conversa com Hun Sen, mas não comentou a crise até o momento. Ativistas também agendaram um protesto em Bancoc, começando no dia 28 de junho, para pedir a renúncia de Paetongtarn, entre eles grupos com um histórico de manifestações influentes contra o governo Shinawatra.

Fonte: Folha de São Paulo

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