Conheça a trajetória de Erdogan, há mais de 20 anos no poder da Turquia
Conheça a trajetória de Erdogan, há mais de 20 anos no poder da Turquia
Recep Tayyip Erdogan tornou-se primeiro-ministro da Turquia em 2003, liderando o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP). Em 2014, foi eleito presidente, cargo que ocupa desde então
Erdogan sobreviveu a uma tentativa de golpe militar em 2016. Após o episódio, intensificou a repressão a opositores e consolidou seu poder autocrata
Em 2017, um referendo aprovou mudanças constitucionais que transformaram a Turquia em um sistema presidencialista, ampliando os poderes de Erdogan —algo que também favoreceu sua incursão como líder autoritário
Sob seu governo, a Turquia enfrentou crises econômicas, com inflação superior a 40% e desvalorização da lira turca
Erdogan posicionou internacionalmente o país com relações próximas com a Rússia e sendo membro ativo da Otan. Ele manteve políticas nacionalistas, centradas na soberania turca, no resgate de símbolos otomanos e na rejeição ao Ocidente
Em seu período de governo, a Turquia tornou-se o país com mais refugiados no mundo, abrigando 3,5 milhões de sírios e mantendo acordo com a União Europeia para retenção de imigrantes
Em 2019, o partido de Erdogan perdeu as prefeituras de Istambul e Ancara para a oposição —o que indicou desafios políticos internos para a base governista
Na última eleição, em 2023, Erdogan foi reeleito com 52% dos votos, derrotando Kemal Kilicdaroglu, no primeiro ciclo da história em que foi necessário um segundo turno
Em junho do mesmo ano, o autocrata iniciou seu terceiro mandato como presidente, prometendo proteger a integridade do Estado e a república laica
Em março de 2024, Erdogan sinalizou que as eleições regionais daquele ano seriam suas últimas, indicando uma possível saída após mais de 20 anos no poder
Seu governo é marcado por transformações na política, posicionamentos nacionalistas e uma agenda conservadora, com ênfase no islamismo sunita, nos valores familiares tradicionais e em posturas repressivas a pautas progressistas
Em março de 2025, a prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, sob acusações de corrupção, desencadeou os maiores protestos na Turquia em mais de uma década. A gestão de Erdogan respondeu com repressão, detendo mais de mil manifestantes
Durante o último pleito, o líder viu sua popularidade ameaçada pela grave crise econômica e pelo terremoto que matou mais de 50 mil pessoas naquele ano. A base de apoio nos segmentos conservadores e religiosos, no entanto, manteve-o no poder
Com essa última eleição, Erdogan pode ficar no poder até 2028, somando 25 anos como líder entre mandatos como presidente e premiê
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