Mesmo com uma conta semanal de £250 em compras, ela considera o custo um investimento na saúde da família. Carnes orgânicas, legumes frescos e temperos naturais como cúrcuma e alho são presença garantida no cardápio. “Sinto que tenho mais controle agora”, diz.
Apesar do rigor, Daisy não busca a perfeição. Seus filhos ainda levam um chocolate na lancheira, e, ocasionalmente, frequentam fast-food. “Não quero que se sintam excluídos. Mas me sinto menos culpada porque sei que o que ofereço em casa é nutritivo e balanceado.”
Mudanças que se refletem no comportamento e no bem-estar
O impacto da nova alimentação não foi apenas físico. Daisy percebeu mudanças no comportamento dos filhos: “Meu mais velho está menos hiperativo e todos parecem mais satisfeitos com as refeições”. Ela garante que o dia da família começa com panquecas caseiras ou ovos na torrada e termina com um jantar nutritivo. No lugar de doces industrializados, os lanches preferidos agora são frutas e iogurtes naturais.
Até os filhos, segundo ela, passaram a questionar os ingredientes de alimentos servidos na escola. “Meu filho comenta se algo tem óleo de palma ou se foi feito com sementes de linhaça. É nesses momentos que sinto que estou vencendo.”
A conscientização como missão
Hoje influenciadora nas redes, Daisy compartilha vídeos de suas compras e receitas no perfil @daisyasaf_, mas faz questão de reforçar que não está impondo regras, apenas promovendo conscientização. “Não estou dizendo que um salgadinho vai causar câncer, mas que vale a pena olhar o que estamos consumindo.”
Ela aconselha outras famílias a começarem devagar: “Troque o pão do supermercado por um da padaria. Separe três horas da semana para preparar receitas em série. Com o tempo, isso economiza esforço e melhora a qualidade da alimentação.”
O alerta da ciência
A história de Daisy se soma a um crescente corpo de evidências científicas que apontam os riscos dos ultraprocessados. Um novo estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine revela que esses produtos representam 53% da ingestão calórica no Reino Unido e podem estar relacionados a até 17 mil mortes prematuras por ano no país.
Os alimentos ultraprocessados incluem refrigerantes, pães industrializados, cereais matinais açucarados, carnes processadas e lanches prontos. Segundo os pesquisadores, os danos não vêm apenas dos nutrientes em excesso, mas também do tipo de processamento e dos aditivos utilizados.
Apesar das críticas ao estudo por não comprovar causalidade, os especialistas alertam: as evidências são consistentes demais em diferentes populações para serem ignoradas.
“Estou tentando voltar ao básico”, conclui Daisy. “A comida é um remédio, no fim das contas. E saber o que posso fazer me dá menos medo do futuro.”