Ben Cohen, um dos cofundadores da sorveteria Ben & Jerry’s, foi preso nesta quarta-feira (14) durante um protesto no Senado dos EUA. Manifestantes interromperam uma audiência enquanto o secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., prestava depoimento.
Os protestos foram motivados pelas políticas de Kennedy em relação à vacinação e à gestão da saúde pública. “Você está matando crianças pobres em Gaza e cortando o Medicaid das crianças daqui para pagar por isso!”, gritou Cohen, que mais cedo havia participado de um evento pró-Palestina com a deputada democrata Rashida Tlaib. Ele se referia aos cortes propostos pelo Partido Republicano no Medicaid e ao apoio dos EUA à guerra de Israel em Gaza.
Alguns manifestantes que protestavam contra as posições de Kennedy foram retirados pela polícia do Capitólio — entre eles, Ben Cohen. Ele foi acusado de contravenção, e outros seis manifestantes também foram presos. Não estava claro, até o início da tarde desta quinta-feira (15), se todos já haviam sido soltos.
Mais tarde, em sua conta no X, Cohen publicou um vídeo da detenção e reproduziu sua fala durante a audiência, seguida da frase: “Esta foi a resposta das autoridades.”
A Ben & Jerry’s é conhecida por adotar posicionamentos públicos sobre questões sociais e políticas desde sua fundação.
Durante a audiência, Robert Kennedy Jr. foi duramente criticado por parlamentares, que o acusaram de fazer declarações falsas sobre testes e segurança de vacinas desde que assumiu o principal cargo de saúde pública do país. Ele também defendeu cortes drásticos e demissões em massa em agências sanitárias.
Kennedy tem sido contestado por autoridades de saúde por seu fraco endosso à vacina contra o sarampo, durante um surto que já infectou mais de mil pessoas —a maioria não vacinada— e causou três mortes nos EUA.
Na audiência, membros do público usavam adesivos com frases como “Quando Bobby mente, crianças morrem” e “antivax, anticiência, anti-América”, em alusão às posições do secretário.
