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China: esquema ilegal de barrigas de aluguel é desvendado – 20/05/2025 – Mundo

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Um esquema ilegal de barriga de aluguel que explorava mulheres com deficiência e integrantes de minorias étnicas causou indignação na China e levou à prisão de 18 pessoas. A operação funcionava em uma casa adaptada como clínica clandestina na cidade de Changsha, na província de Hunan.

Segundo o South China Morning Post, nove mulheres foram resgatadas no local, entre elas uma surda de 41 anos e uma jovem de 29 da minoria étnica Yi (ligada aos tibetanos e birmaneses). O imóvel tinha centro cirúrgico, laboratório e 16 leitos para procedimentos de fertilização.

A prática de barriga de aluguel é proibida na China por regulamentações do Ministério da Saúde de 2001, que impedem profissionais médicos de realizarem tais procedimentos. As violações resultam em multas, mas usualmente não em responsabilidade criminal direta.

As mulheres relataram ter recebido até US$ 39 mil (R$ 221 mil) para gestar bebês de forma ilegal. O caso veio à tona após denúncia de um ativista anti-tráfico humano que monitorou a casa por dias antes de alertar a polícia.

O Ministério da Saúde local lacrou o imóvel e os envolvidos serão processados conforme as regras vigentes.

O caso gerou revolta e críticas severas no Weibo (espécie de X chinês), especialmente pela exploração de mulheres vulneráveis. Comentários apontam para a falta de humanidade dos envolvidos e pedem investigação rigorosa das lideranças do esquema.

Por que importa: apesar da proibição à prática, a China tem um mercado clandestino, aquecido após as mudanças na política do filho único. O tema é considerado um grande tabu, e o governo sinaliza preocupação com a potencial exploração de mulheres vulneráveis sujeitas à desigualdade que as levam a alugar seus úteros para casais ricos.

Em 2021, a famosa atriz chinesa Zheng Shuang foi criticada após a imprensa revelar que ela abandonou dois filhos nascidos por barriga de aluguel nos EUA —incluindo condenações públicas à atitude dela pela mídia estatal.


Pare para ver

“Mãe levando seu desejado filho a um templo”, uma pintura chinesa de autoria desconhecida produzida no século XVIII. Atualmente, está exposta no Museu de Arte Walters em Maryland, EUA.


O que também importa

A China acusou os EUA de sabotarem um acordo comercial ao emitirem um alerta contra o uso de chips chineses, com menção direta à Huawei. Para Pequim, a medida é “discriminatória” e distorce o mercado. O aviso foi publicado dias após os dois países firmarem uma trégua de 90 dias nas tarifas, no fim de semana passado. O governo chinês afirmou que tomará “medidas firmes” se Washington continuar a “danificar os interesses da China” com ações “unilaterais e de intimidação”.

Um novo remédio criado por uma empresa chinesa apresentou bons resultados contra três tipos de câncer: pulmão, intestino e pâncreas. O estudo, liderado por pesquisadores de Hong Kong com apoio internacional, mostrou que a droga, provisoriamente chamada de D3S-001, ajudou a reduzir ou controlar tumores em pacientes com uma mutação genética comum nesses casos. Em testes iniciais, 70% dos pacientes tiveram melhora, mesmo sem resposta a outros tratamentos. A pesquisa vai continuar com mais participantes antes de o remédio poder ser aprovado para uso.

A taiwanesa Foxconn, principal montadora de iPhones da Apple, vai investir US$1,5 bilhão em sua unidade na Índia, para ampliar fábricas e capacidade de produção. A medida reforça a mudança da Apple para fora da China, diante de tensões geopolíticas e tarifas. A empresa quer importar da Índia a maioria dos iPhones vendidos nos EUA até o fim de 2025, o que gerou críticas do presidente Donald Trump. No último ano fiscal, foram montados US$22 bilhões em iPhones na Índia, 60% a mais que no período anterior.


Fique de olho

Uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas em um tiroteio em um restaurante ao ar livre na cidade de Wuhan, centro da China, um caso raro de violência armada no país.

  • A polícia classificou o caso como “lesão intencional” decorrente de uma disputa, sem maiores detalhes. Vídeos e relatos nas redes sociais mostraram confusão na cena do crime antes da chegada dos socorristas;
  • O tipo de arma usada não foi informado pelas autoridades e nem o nome do suspeito pelo alegado ataque. Também não está claro qual foi a motivação, já que todos os posts sobre o caso foram rapidamente censurados nas redes sociais.

Embora incidentes assim sejam raros, ataques com facas e atropelamentos em multidões têm sido cada vez mais frequentes na China, à exemplo do que vitimou uma criança japonesa em setembro do ano passado.

Por que importa: a violência armada é praticamente inexistente na China, graças às rígidas leis de controle de armas.

O governo usa essa baixa incidência para destacar diferenças em relação aos EUA, onde tiroteios são comuns. O episódio expõe as tensões sociais em grandes cidades chinesas, mesmo em um contexto de rigoroso controle estatal e censura.


Para ir a fundo

A Embaixada da China está com um concurso de redação que vai dar eletrônicos, brindes e uma viagem com tudo pago para a China aos vencedores. Com o tema “A Modernização ao Estilo Chinês e o Brasil”, os textos devem ser enviados até 20 de junho e devem ter entre 1000 e 3000 palavras. Mais informações aqui. (gratuito, em português)

A Associação Brasileira de Empresas Chinesas, o IEST Group e o Instituto Confúcio na Unesp realizam no dia 31 (sábado) uma feira de emprego em São Paulo. 32 empresas vão oferecer mais de 250 vagas com salários entre R$5 e R$10 mil. O evento acontece na rua Vergueiro, 1549, no Paraíso, e as inscrições vão até dia 26 de maio. Mais informações sobre o evento aqui. (gratuito, em português)

Fonte: Folha de São Paulo

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