Católicos dos Estados Unidos lotaram igrejas em clima de celebração para marcar a eleição do primeiro papa americano da história. O recém-eleito papa Leão 14, cujo nome de batismo é Robert Francis Prevost, tem 69 anos e nasceu em Chicago.
Em frente à imponente Catedral de St. Patrick, em Manhattan (Nova York), a artista Rosaria Vigorito, 66, vinda de Miami, disse que sentiu o clima de euforia logo ao chegar. “Senti a emoção nos primeiros minutos andando por aqui.”
Ela disse esperar que o novo pontífice adote uma postura reformista. “Tenho uma questão com a Igreja Católica que espero que ele resolva: permitir que mulheres se tornem sacerdotes. Acho que Maria Madalena foi uma apóstola importante —houve até um comunicado da própria Santa Sé anos atrás que a chamou de ‘apóstola dos apóstolos’”, afirmou.
Centenas de fiéis e jornalistas se reuniram em frente à igreja inaugurada em 1879. Muitos entravam para acender velas e rezar. Um letreiro eletrônico do lado de fora do prédio do canal Fox News, nas proximidades, informava a população sobre a eleição, considerada surpreendente por muitos.
Oscar Salvador, 45, operário mexicano, disse esperar que o papa Leão 14 consiga conter o número crescente de fiéis que deixam a Igreja. “Acredito que é uma bênção para o povo americano. Espero que ele deixe um bom legado, que ajude as pessoas a permanecer na fé católica porque ultimamente muitos têm migrado para outras religiões.”
Já o americano Tim Anderson, 61, destacou o domínio de idiomas do novo papa —que fala inglês, espanhol, italiano, francês e português, além de ler latim e alemão. “Eu ainda estou tentando dominar o inglês”, brincou. “Mas acho que vai ser interessante, neste mundo tão maluco de hoje. Talvez ele consiga resgatar um pouco do que eu me lembro da infância, quando as igrejas estavam sempre cheias.”
Vigorito também disse esperar que Leão promova união e valores como amor e paz. “Vai ser uma missão difícil para ele como líder religioso porque hoje lidamos com muitas questões e políticas seculares”, disse. Ela ainda defendeu o envolvimento do pontífice em conflitos internacionais. “Gostaria que ele ajudasse em situações como a da Ucrânia, por exemplo.”
Salvador concordou. “Espero que ele consiga reconciliar países em guerra e contribuir para a paz. Não podemos continuar neste caminho de violência em que estamos hoje.”
Para Vigorito, a escolha de um papa americano “vai ajudar a atrair mais pessoas para a Igreja Católica — até mesmo aqueles que se afastaram talvez voltem a se engajar”.
Annie Elm, da Carolina do Norte, prestou homenagem ao papa emérito Francisco, chamando-o de maravilhoso e elogiando seu legado. “Ele amava a todos, vivia com humildade e não aceitava luxos”, afirmou. Para ela, a expectativa é que Leão siga na mesma linha: “Que ele também seja bondoso e acolhedor.”